Embrapa Conquista Certificação Internacional para Análise de Azeites
A Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) obteve a homologação do segundo painel sensorial de azeite de oliva do Brasil, concedida pelo Conselho Oleícola Internacional (COI). Com essa certificação, o Brasil fortalece sua competência técnica no setor, consolidando sua indústria nacional de azeite e ampliando a capacidade de realizar análises sensoriais desses produtos. O painel homologado poderá agora classificar azeites com base em critérios técnicos que garantem a autenticidade e qualidade do produto.
De acordo com a pesquisadora Daniela De Grandi Castro Freitas de Sá, líder do painel, o objetivo de um painel sensorial é combater as irregularidades no mercado, utilizando análises químicas e sensoriais para determinar a qualidade do azeite, garantindo que os produtos atendam aos padrões estabelecidos. A análise sensorial é feita por um grupo de especialistas treinados conforme a metodologia internacional, que classifica o azeite em extravirgem, virgem ou lampante.
Além disso, o painel da Embrapa terá a função de colaborar com o Ministério da Agricultura (Mapa) na fiscalização de azeites, após obter acreditação na norma ISO 17025, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A certificação do painel permitirá um controle mais rigoroso, especialmente frente às fraudes que afetam o mercado nacional.
A auditora fiscal federal agropecuária Helena Pan Rugeri, coordenadora-geral da Qualidade Vegetal do Mapa, destacou que a fiscalização já identificou uma alta incidência de fraudes envolvendo azeites de baixa qualidade, muitas vezes comercializados como extravirgem. Ela defende que, com a certificação dos painéis sensoriais no Brasil, o mercado se torna mais seguro, favorecendo a qualidade dos azeites nacionais e protegendo o consumidor.
A crescente produção de azeite no Brasil, apesar de pequena em comparação com os grandes produtores, tem se destacado pela qualidade. Atualmente, o País ocupa a terceira posição no ranking mundial de importação de azeite, o que torna ainda mais relevante o fortalecimento da infraestrutura de análise e fiscalização da qualidade dos produtos.
A Evolução do Mercado de Azeite no Brasil
O mercado brasileiro de azeite de oliva tem registrado avanços significativos nos últimos anos. Antes de 2012, o Brasil não possuía normas específicas para a comercialização e produção do azeite. Desde então, a criação de uma regulamentação e a formação do painel sensorial do Rio Grande do Sul, em 2021, têm promovido mudanças importantes no setor, melhorando a qualidade e a competitividade dos azeites nacionais.
Para o consultor Marcelo Scofano, especializado em azeite, esses avanços têm sido fundamentais para garantir que os azeites brasileiros se destaquem no cenário internacional. Ele destaca que o País ainda enfrenta desafios, como a fiscalização de grandes volumes de azeite importado, mas acredita que a formação de mais painéis sensoriais no Brasil pode contribuir para a qualidade e sustentabilidade da produção nacional.
Orientações sobre a Escolha e Conservação do Azeite
A pesquisadora Daniela De Grandi destaca a importância de os consumidores prestarem atenção à data de envase e às características sensoriais do azeite ao realizar a compra. Quanto mais recente o azeite, maior a preservação de suas qualidades nutricionais e sensoriais. Além disso, ela recomenda que o produto seja armazenado em locais frescos e protegidos da luz, consumindo-o dentro de 30 dias após aberto.
Essas orientações, juntamente com a crescente fiscalização e as novas certificações, são essenciais para garantir que o azeite de oliva no Brasil atenda aos mais altos padrões de qualidade e continue a ser um ingrediente valorizado nas mesas dos consumidores.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio