Alta nos preços dos alimentos exige respostas imediatas para proteger o consumidor
A recente alta nos preços dos alimentos no Brasil, que afetou diretamente o bolso do consumidor, gerou discussões sobre a adoção de medidas concretas para mitigar os impactos. Após declarações do ministro Rui Costa sobre possíveis “intervenções” para reduzir o custo dos alimentos, a Casa Civil esclareceu que o governo está avaliando medidas em parceria com os produtores. Segundo dados do IBGE, o grupo de alimentação e bebidas registrou uma alta acumulada de 8% em 2024, com os alimentos ficando 1,47% mais caros apenas em dezembro. Esses números reforçam a urgência de ações que possam aliviar a pressão sobre os consumidores.
De acordo com Gustavo Defendi, diretor da Real Cestas, empresa especializada no mercado de cestas básicas, a alta nos preços dos alimentos é resultado de uma combinação de fatores econômicos e climáticos. “O aumento do dólar, o impacto das exportações e as quebras de safra têm grande influência nesse cenário. O dólar, por exemplo, é uma variável crucial quando se trata de commodities”, explica.
O café, um dos produtos mais afetados, exemplifica bem a situação. “Houve uma quebra de safra no mercado externo, o que aumentou a demanda por produtos brasileiros. Para os produtores, exportar é mais vantajoso, o que eleva os preços no mercado interno”, afirma Defendi. Ele aponta que o fenômeno se repete em outros itens essenciais, aumentando a pressão sobre os orçamentos das famílias.
Alternativas e medidas emergenciais para controlar a escalada dos preços
Diante da situação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está debatendo alternativas para conter a alta nos preços dos alimentos. Uma das opções seria a adoção de novas diretrizes para exportação, com maior regulação das quantidades enviadas ao mercado externo. A ideia seria firmar acordos com outros países e envolver a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) para equilibrar as exportações e proteger o mercado interno.
Gustavo Defendi também sugere que o governo adote medidas de incentivo direto aos agricultores, como subsidiar parte dos insumos agropecuários. “Essa seria uma medida viável e eficiente para reduzir os custos de produção, o que ajudaria no controle dos preços finais”, propõe.
Além disso, o especialista enfatiza que é essencial que o governo desenvolva um conjunto de ações coordenadas. “Eventos climáticos extremos, inflação, alta do dólar e os custos elevados no setor agropecuário estão pressionando os preços. O país precisa priorizar a acessibilidade dos alimentos para os trabalhadores, alinhando políticas econômicas e sociais para isso”, conclui Defendi.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio