Ministério da Saúde e Fiocruz realizam Oficina Nacional de Comunicação para o Fortalecimento da Saúde da População Negra
Para contribuir com a mudança da percepção da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) no SUS, o Ministério da Saúde (MS), por meio da Assessoria Especial para Promoção da Equidade Racial em Saúde, e a Fiocruz, realizam entre os dias 22 e 23 de janeiro, em Brasília, a Oficina Nacional de Comunicação para o Fortalecimento da Saúde da População Negra.
Voltada a representantes de mídias alternativas que atuam com temáticas como saúde e racismo, de todas as regiões do Brasil, a oficina tem como objetivos mobilizar comunicadores e comunicadoras da sociedade civil para apoiar o enfrentamento do racismo na saúde e a promoção da equidade racial na área e fazer um levantamento de sugestões e demandas para a formulação de um plano operativo de comunicação em torno da PNPSIPN.
Apenas 371, dos 5.570 municípios brasileiros contam com setor para coordenar e monitorar as ações de saúde voltadas para a população negra, de acordo com dados do Painel Saúde da População Negra, lançado pelo Ministério da Saúde, em dezembro. Por outro lado, resultados preliminares do Inquérito sobre a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) nos municípios e estados brasileiros indicam que 50% das pessoas que responderam às questões abertas do questionário, veem a política com indiferença.
O assessor especial para Equidade Racial em Saúde, Luís Eduardo Batista, do MS, explica que o evento possibilita ampliar o diálogo necessário para promover o debate sobre equidade racial e a apropriação social da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNPSIPN), além de promover a comunicação antirracista no SUS. “Estamos preocupados com a questão da comunicação e, por isso, empenhados na construção desse processo com comunicadores comprometidos com estas pautas”, afirma.
Para a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, a oficina é uma importante ação de integração dos representantes de mídias que trabalham pela saúde pública e pela luta antirracista. “Receberemos especialistas que são referência neste debate, com o propósito de construir estratégias para dar capilaridade ao debate sobre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Acreditamos que a comunicação pode contribuir para enfrentar os prejuízos do racismo no âmbito do SUS”, completa.
A iniciativa está inserida no Projeto de Fortalecimento da Política de Saúde Integral da População Negra, que propõe o fomento às estratégias de comunicação para a promoção da equidade racial. Também está alinhada ao compromisso firmado na gestão da ministra Nísia Trindade, que reconhece o racismo como determinante da saúde e se compromete a priorizar o seu combate e a promoção da saúde da população negra. Segue ainda o que preconiza o Eixo IV – Amanhã vai ser outro dia para todas as pessoas, da Conferência Nacional Livre de Saúde da População Negra e as deliberações da 17º Conferência Nacional de Saúde.
Programação
No dia 22, a abertura da Oficina Nacional de Comunicação para o Fortalecimento da Saúde da População Negra, às 9h, vai contar com as presenças de Luís Eduardo Batista, da diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio e da assessora especial de Comunicação do Ministério da Saúde, Myrian Pereira, mediados pelo pesquisador da Fiocruz, Andrey Lemos.
A partir de 10h, a programação segue com o painel A Política Nacional de Promoção da Saúde Integral da População Negra, ministrado por Andrey Lemos e pela pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), Marly Cruz.
À tarde, o Painel Estratégias de Comunicação para o Fortalecimento da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra vai reunir a doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP), jornalista e escritora, Rosane Borges e a pesquisadora do Laboratório de Estudo e Pesquisa sobre Comunicação Comunitária (LECC) e Grupo de Estudos Muniz Sodré de Relações Raciais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Daniela Araújo, com a mediação da diretora-geral do Instituto Commbne – Comunicação baseada em Inovação, Raça e Etnia, Midiã Noelli.
No segundo dia, os participantes serão divididos em grupos de trabalho para discutir ações de comunicação não hegemônicas que favoreçam a divulgação da PNSIPN e o debate em torno da equidade racial em saúde, de acordo com perguntas orientadoras. À tarde, apresentação dos resultados, sistematização de propostas, pactuação de encaminhamentos, seguidas de plenária final e avaliação da oficina, encerram o evento.
Waleska Barbosa
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde