Impacto da Murcha de Fusarium na Colheita de Feijão: Desafios e Estratégias de Controle
A murcha-de-Fusarium é uma das principais doenças que afetam o cultivo de feijão, especialmente as variedades de feijão-comum e feijão-caupi, conforme aponta o artigo da engenheira agrônoma Bruna Rohrig no Blog da Aegro. Causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. phaseoli, a doença apresenta um desafio constante para os produtores devido à sua evolução contínua e ao fato de o patógeno permanecer no solo, tornando o controle mais complexo.
Fases de Manifestação da Doença
A murcha-de-Fusarium pode se manifestar em todas as fases de cultivo do feijão, sendo mais frequente com o passar dos anos. O fungo afeta especialmente as raízes, onde são observados o escurecimento dos vasos e a presença de estruturas rosadas do fungo. À medida que a infecção avança, as folhas da planta começam a amarelar e secar, afetando principalmente áreas da lavoura em que há uma maior concentração de umidade, o que compromete o enchimento das vagens.
Sintomas Visíveis e Agravamento da Infecção
Os sintomas típicos incluem o amarelecimento das folhas, seguidos de uma murcha progressiva das plantas, que ocorre principalmente durante o pico de calor diário. Em casos mais graves, o escurecimento do sistema vascular pode ser notado no caule, embora este sinal nem sempre seja evidente. Em períodos secos, observa-se uma perda de rigidez dos tecidos, além de estruturas de coloração cinza a rosada nas plantas em condições de alta umidade no solo.
A presença de nematoides, como o nematoide-das-galhas e o das lesões, pode agravar ainda mais a infecção. Estes organismos favorecem a penetração do fungo nas raízes, amplificando os danos. Quando a murcha-de-Fusarium ocorre durante o período vegetativo, as plantas podem se tornar raquíticas, comprometendo o desenvolvimento das vagens, que podem apresentar lesões aquosas. Essas lesões podem contaminar as sementes e perpetuar a doença em novas semeaduras, além de favorecer sua disseminação para outras áreas da lavoura.
Diagnóstico e Fatores Contribuintes
Embora a murcha-de-Fusarium possa ser confundida com outras doenças ou estresse hídrico, é essencial realizar uma investigação cuidadosa dos sintomas. O fungo afeta o sistema vascular da planta, comprometendo a translocação de água e nutrientes, o que prejudica principalmente as raízes. Isso, por sua vez, interfere na absorção dos nutrientes necessários ao desenvolvimento saudável da planta. A doença tende a se manifestar com maior intensidade a partir do florescimento, quando a demanda por nutrientes e água é maior, especialmente para o enchimento dos grãos. Temperaturas amenas, entre 24°C e 28°C, e alta umidade do solo favorecem o desenvolvimento do fungo. Solos compactados, arenosos, ácidos e com baixo teor de matéria orgânica são mais suscetíveis à infecção.
Estratégias de Controle e Prevenção
O manejo adequado dos solos e a rotação de culturas são essenciais para minimizar os impactos da murcha-de-Fusarium. A rotação com culturas não hospedeiras interrompe o ciclo do fungo e reduz sua população no solo. O controle genético, por meio do desenvolvimento de variedades resistentes, se destaca como a principal estratégia de combate, uma vez que o uso de fungicidas não se mostra eficaz, visto que o patógeno persiste no solo por longos períodos.
A adoção de práticas culturais adequadas, como a rotação de culturas e a escolha de variedades de feijão resistentes, contribui significativamente para o controle da murcha-de-Fusarium, oferecendo uma alternativa eficaz para proteger as lavouras e garantir a produtividade.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio