A Justiça Eleitoral de Mato Grosso marcou presença no seminário “Democracia, Assédio Eleitoral e Liberdade de Escolha”. Organizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o encontro ocorreu na sede da Corte, em Brasília. Em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o evento contou com debates sobre mecanismos de combate ao assédio eleitoral em ambientes de trabalho.
Destinado a juízes e juízas do Trabalho, juízes e juízas eleitorais, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Eleitoral e partidos políticos, o evento contou com a presença de confederações de empregadores e empregados. A ministra do TSE, Cármen Lúcia, também esteve presente e abordou os desafios enfrentados durante as escolhas políticas do eleitorado.
Como ela explicou, existem vários fatores consequentes da tecnologia da informação e as redes sociais que influenciam e afetam a chamada liberdade de escolha. Ela destacou os 4 V’s: volume de informação, velocidade da informação, viralidade da informação e verossimilhança. Essas são características que permeiam a forma como as pessoas se conectam com o mundo, o que resulta no que a ministra chamou de contaminação da liberdade de escolha.
Como representantes do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), estiveram presentes o juiz-membro, Edson Dias Reis; o assessor da presidência, Hernandesio de Lima; e o procurador regional eleitoral, Pedro Melo Pouchain Ribeiro. “O trabalhador precisa ter a consciência de que ele não é obrigado a votar no candidato do patrão. Nós, da Justiça Eleitoral, bem como da Justiça do Trabalho, devemos ficar atentos a essa conduta, que não é nova, mas apenas possui outra roupagem”, explicou o juiz Edson Dias.
Como exemplo de caso, foi citado um dos mais recentes e emblemáticos do país, envolvendo a empresa Havan. Segundo acusação, os funcionários foram ameaçados e pressionados a votarem no candidato do dono da loja. A empresa e o empresário foram condenados, pela 7º Vara do Trabalho de Florianópolis, ao pagamento de 85 milhões por danos morais coletivos pela prática de assédio eleitoral no pleito de 2018.
Mas, como observou o juiz, o assédio eleitoral não ocorre apenas em empresas. “Os servidores públicos estão sujeitos ao assédio eleitoral, principalmente os comissionados. O assédio eleitoral pode configurar, em tese, além de crime, o abuso de poder econômico, atingindo, além do sujeito que pratica o ato, o candidato que dele se beneficia”. Por isso, como o magistrado explicou, “não há dúvida que a democracia depende, também, do combate ao assédio eleitoral”.
O evento ocorreu na última sexta-feira, 30 de abril. A programação contou com várias palestras com os seguintes temas: O assédio eleitoral e o novo voto de cabresto; O papel da Justiça e do Ministério Público na coibição do assédio eleitoral nas relações de trabalho; Instrumentos efetivos no combate ao assédio eleitoral nas relações de trabalho; e Democracia e liberdade de escolha.
Texto por: Maryelle Campos (Supervisão Nara Assis)
#DescriçãodaImagem: A imagem mostra a mesa de apresentação do evento , na mesa estão a ministra Cármen Lúcia e também o ministro Alexandre de Moraes, além da presença de mais quatro homens que compõem a mesa. Logo atrás está a projeção do nome do seminário.
Fonte: TRE – MT