A Polícia Civil apura se três homicídios de empresários em Mato Grosso teriam ligações com o comércio de cigarros contrabandeados pela facção criminosa Comando Vermelho (C.V). Os comerciantes foram executados a tiros após se recusarem a repassar os maços de cigarros oferecidos pela organização.
Três homicídios contra comerciantes com o mesmo modus operandi foram registrados nos últimos meses pela Polícia Civil. O último homicídio ocasionado pela recusa em vender o cigarro foi do comerciante Salvador Souza de Araújo, de 46 anos.
Ele foi morto com pelo menos 15 tiros, dentro de um comércio em Primavera do Leste (240 km de Cuiabá). A facção já comanda o tráfico de drogas em Mato Grosso e agora também assumiu a venda de cigarros contrabandeados do Paraguai.
Um dos casos ocorreu em Cuiabá no dia 19 de dezembro, quando dois membros do C.V, vieram de Rondonópolis e executaram o empresário Josionaldo Ferreira de Araújo, de 46 anos. O vendedor de erva-mate foi morto por dois suspeitos, dentro do Shopping Popular, em Cuiabá.
Na ocasião, um dos suspeitos foi morto em confronto com a Polícia Militar e outro foi preso. Na época, a suspeita era de que o crime teria sido motivado por um acerto de contas.
O também comerciante do ramo de camelódromo, Jadson Ramalho de Oliveira, 55 anos, foi assassinado no dia 31 de dezembro, em frente a própria banca, no Camelô do Cais, em Rondonópolis. Ele morreu após ser atingido por disparos de arma de fogo.
A Polícia Civil prendeu um dos envolvidos no crime. Ele foi identificado nas investigações como o representante de uma facção que coagia vendedores de cigarros contrabandeados.
Além de realizar entregas, recolhimento de valores, cobranças e seria o responsável por levar eventuais conflitos de interesses aos superiores na facção criminosa. Ainda de acordo com a polícia, membros da facção estavam mapeando os comerciantes de cigarros que atuam em Mato Grosso.
Aqueles que não atendem às imposições da facção são executados. Além de coagir quem vendia os cigarros contrabandeados, a facção determinou que comerciantes somente poderiam adquirir os produtos do grupo e ainda teriam que repartir parte do lucro obtido.
Os empresários que não obedeciam às exigências eram executados pelos criminosos. O grupo atua de forma organizada em diferentes cidades de Mato Grosso próximas da fronteira do Paraguai e da Bolívia.
Muitos de seus líderes estão presos. Com a compra de maços de cigarros piratas, o consumidor está ajudando a sustentar uma vasta rede da facção, que possibilita o aparecimento de fuzis, armas e drogas no Estado.
Fonte: Folha Max