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Policial combina local para se entregar à PC; operação foi vazada

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O advogado Everaldo Filgueira, que faz a defesa do policial civil foragido da justiça, Antonio Mamedes Pinto de Miranda, alvo da Operação Efialtes, afirmou que seu cliente irá se entregar à Polícia na próxima segunda-feira (19), em Sorriso (420 km de Cuiabá).

Ao FOLHAMAX, o advogado comunicou que o motivo seria porque Mamedes está com problemas de saúde, e está passando por um tratamento, sem informar qual seria o  problema de saúde. De acordo com ele, o delegado que está no comando das investigações já foi informado sobre a apresentação do investigador extraoficialmente.

Mamede, que é suplente de vereador por Cáceres. Em 2020, ele disputou para vereador pelo Republicanos e foi 38º mais votado na cidade, obtendo apenas 332 votos. O político também é dono de várias fazendas na região Oeste, sendo bastante conhecido pela sociedade.

Everaldo representa também os outros quatro policiais civis, alvos da operaçãos, que investiga um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que teria desviado uma tonelada de drogas apreendidas na região da fronteira de Mato Grosso com a Bolívia desde o ano de 2015. São eles: Ariovaldo Marques de Aguiar, Sérgio Amancio da Cruz, Luismar Castrillon Ramos e Paulo Sérgio Alonso. Luismar já está preso e teve o novo mandado cumprido na penitenciária onde ele está encarcerado.

Ainda conforme a defesa, a operação da PJC foi vazada no dia 7 de dezembro, um dia antes da ação e por isso ele e os alvos tomaram algumas medidas, bem como a apresentação de dois dos investigadores.

“Considerando requerimento do advogado Everaldo Filgueira, informo que às 00h46, da presente data, recebi ligação, por WhatsApp, do investigador de polícia Ailton, que me comunicou que os policiais civis Ariovaldo Marques de Aguilar e Paulo Sergio Gonçalves Alonso se apresentaram espontaneamente nesta unidade em virtude de mandado de prisão preventiva, acompanhados do solicitante e do advogado Thiago Furlaneto”, diz trecho do ofício assinado pela delegada Bruna Caroline Fernandez, que atendeu os investigadores na delegacia de fronteira de Cáceres.

Já Sérgio Amancio também foi informado sobre a deflagração da operação, mas preferiu aguardar em casa o cumprimento do mandado de prisão preventiva.

A Operação

Além dos policiais, também foram identificadas a faxineira da delegacia de Cáceres, Maria Lúcia da Silva, e sua filha, Ariane da Silva Almeida. Elas seriam as auxiliares de policiais civis do Cisc (1ª DP) e da Delegacia de Fronteira (Defron) que desviavam drogas apreendidas na fronteira entre Mato Grosso e Bolívia. Todos são suspeitos de fazerem parte do esquema, que também utilizava empresas para lavar dinheiro.

investigadores

Os cinco policiais civis alvos da operação Efialtes

A Justiça também determinou o bloqueio de valores no valor de R$ 25 milhões, além do bloqueio de contas bancárias dos investigados. Em um ano, os doleiros, através de empresas e pessoas físicas, conseguiram lavar cerca de R$ 100 milhões da venda dessas drogas furtadas dos armazéns. As ordens judiciais foram cumpridas em Mato Grosso, Rondônia, Piauí, Maranhão, Tocantins e Goiás.

As investigações realizadas em inquérito instaurado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil iniciaram há, aproximadamente, oito meses, após o órgão corregedor receber a notificação de que durante a incineração de drogas realizada pela Delegacia Especializada da Fronteira (Defron), no dia 19 de abril deste ano, em Cáceres, foi constatada a violação de lacres das embalagens de perícia dos entorpecentes apreendidos.

Em alguns envelopes houve a substituição de parte do material apreendido por outro diferente como, por exemplo, areia e gesso. Na ocasião, foi determinada pela Corregedoria a correição extraordinária na sala da Defron, onde eram armazenadas as drogas apreendidas. Foi identificado um invólucro plástico violado com diversos tabletes que, ao serem manuseados e devido ao peso muito leve, constatou-se ser semelhante a isopor.

A equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e fez a análise de todos os lacres e embalagens armazenadas no local, assim como as embalagens violadas que foram constatadas durante a incineração. Com os laudos periciais concluídos, foi confirmada que a droga apreendida, lacrada e armazenada na Defron havia sido substituída pelos tabletes de isopor, gesso e areia.

A investigação apontou que o material usado para substituir as drogas foi feito com o claro objetivo de confundir, produzido com formato semelhante e com a mesma cor de embalagem. Por exemplo, se a droga acondicionada tinha sido embalada com material de cor amarela, o tablete usado para substituí-la também era feito da mesma forma.

Fonte: Folha Max

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