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Foragido, investigador tem fazenda; doleiros lavam R$ 100 milhões em MT

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A Polícia Civil apreendeu o montante de R$ 131,8 mil em espécie, na Operação Efialtes, deflagrada na manhã desta quarta-feira (7), contra o grupo composto por cinco policiais civis, em um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que teria desviado uma tonelada de drogas apreendidas na região da fronteira de Mato Grosso com a Bolívia desde o ano de 2015. Além disso, houve o sequestro de quatro imóveis e 14 veículos.

Os investigadores da Polícia Civil que tiveram as prisões preventivas decretadas foram identificados como Antonio Mamedes Pinto de Miranda, Ariovaldo Marques de Aguiar, Sérgio Amancio da Cruz, Luismar Castrillon Ramos e Paulo Sérgio Alonso. Luismar já está preso e teve o novo mandado cumprido na penitenciária onde ele está encarcerado.

Mamede, que é suplente de vereador por Cáceres, está foragido e informações dão conta de que ele não deverá ser apresentar espontaneamente e corre risco de ser expulso da corporação após 30 dias de fuga. Em 2020, ele disputou para vereador pelo Republicanos e foi 38º mais votado na cidade, obtendo apenas 332 votos.

O político também é dono de várias fazendas na região Oeste, sendo bastante conhecido pela sociedade. Além dos policiais, também foram identificadas a faxineira da delegacia de Cáceres, Maria Lúcia da Silva, e sua filha, Ariane da Silva Almeida. Elas seriam as auxiliares de policiais civis do Cisc (1ª DP) e da Delegacia de Fronteira (Defron) que desviavam drogas apreendidas na fronteira entre Mato Grosso e Bolívia.

Todos são suspeitos de fazerem parte do esquema, que também utilizava empresas para lavar dinheiro. A Justiça também determinou o bloqueio de valores no valor de R$ 25 milhões, além do bloqueio de contas bancárias dos investigados.

Em um ano, os doleiros, através de empresas e pessoas físicas, conseguiram lavar cerca de R$ 100 milhões da venda dessas drogas furtadas dos armazéns. As ordens judiciais foram cumpridas em Mato Grosso, Rondônia, Piauí, Maranhão, Tocantins e Goiás.

As investigações realizadas em inquérito instaurado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil iniciaram há, aproximadamente, oito meses, após o órgão corregedor receber a notificação de que durante a incineração de drogas realizada pela Delegacia Especializada da Fronteira (Defron), no dia 19 de abril deste ano, em Cáceres, foi constatada a violação de lacres das embalagens de perícia dos entorpecentes apreendidos. Em alguns envelopes houve a substituição de parte do material apreendido por outro diferente como, por exemplo, areia e gesso.

Na ocasião, foi determinada pela Corregedoria a correição extraordinária na sala da Defron, onde eram armazenadas as drogas apreendidas. Foi identificado um invólucro plástico violado com diversos tabletes que, ao serem manuseados e devido ao peso muito leve, constatou-se ser semelhante a isopor.

A equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e fez a análise de todos os lacres e embalagens armazenadas no local, assim como as embalagens violadas que foram constatadas durante a incineração. Com os laudos periciais concluídos, foi confirmada que a droga apreendida, lacrada e armazenada na Defron havia sido substituída pelos tabletes de isopor, gesso e areia. A investigação apontou que o material usado para substituir as drogas foi feito com o claro objetivo de confundir, produzido com formato semelhante e com a mesma cor de embalagem.

Por exemplo, se a droga acondicionada tinha sido embalada com material de cor amarela, o tablete usado para substituí-la também era feito da mesma forma.

Fonte: Folha Max

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