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Falta de estrutura da PC atrasa inquéritos por homicídios em MT

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Famílias de vítimas que foram assassinadas cobram solução e punição para os criminosos em Mato Gross. Muitas passam anos sem uma resposta. A falta de estrutura da Polícia Civil e a omissão das testemunhas são as principais causas do grande número de crimes não solucionados em mato grosso, segundo a Associação das Famílias Vítimas da Violência.

A impunidade dos criminosos aumenta a dor de quem já sofre tanto com a perda.

As fotos na parede da casa de Rose Velasco fazem ela se lembrar de toda a vitalidade do filho de 25 anos, um contraste com o luto que ela vive desde que o rapaz foi assassinado.

Câmeras de segurança registraram a ação dos criminosos, em Sinop, no norte do estado. O chef de cozinha João Guilherme Velasco tinha acabado de sair do trabalho e levou dois tiros disparados por um dos homens que estavam de moto.

Já se passaram onze meses desde o crime. A polícia vem investigando e apresentou à família alguns suspeitos, mas não há provas concretas e ninguém foi preso até hoje.

“O delegado, depois de 11 meses, veio informar que ele não tem gente suficiente para trabalhar e que por isso o inquérito está demorando. Ele afirmou que teria pedido até apoio da Inteligência da Polícia Militar para desvendar o caso, mas em resumo não existem provas. Existem suspeitos, mas não há prisões e nem perspectiva de solução”, afirma.

Rose diz que a polícia tem informações que apontam o mandante do crime como sendo um traficante, ele não teria gostado do envolvimento amoroso de João com um dos integrantes da quadrilha e, por isso, teria mandado matá-lo. Para ela, a punição dos culpados interessa à toda sociedade.

“A gente se preocupa porque esses criminosos estão soltos, quem sabe até assassinando outras pessoas, deixando outras famílias na mesma situação que a nossa família se encontra e isso não pode ficar assim. É um risco para a sociedade”, relata.

Geralda Silva Costa também sofre pelo assassinato do filho. Rodolfo Silva da Costa, de 29 anos, foi espancado na Avenida Beira Rio, em Cuiabá, em setembro do ano passado.

A mãe acompanhou as investigações e soube que a briga começou por causa de ciúmes, em um bar, durante a madrugada. O filho teria cobrado a fidelidade de um homem com quem se relacionava.

Pelo menos três pessoas se juntaram para espancá-lo. A polícia identificou a principal suspeita: uma mulher que teria batido a cabeça do rapaz no chão por várias vezes. Geralda espera por justiça. “O delegado passou para gente que ele fez tudo que tinha para fazer e que foi passado para o juiz, que vai decidir. Eles estão soltos. Essa liberdade deles é como se não tivesse acontecido nada. Quem está sofrendo sou eu, minha filha”, afirma.

O advogado da Associação dos Familiares de Vítimas de Violência, Wantuir Luiz Pereira, afirma que muitos casos de homicídio em Mato Grosso não são solucionados por falta de estrutura da polícia para investigar os crimes.

“Hoje há aperfeiçoamento da investigação, cruzamento de dados de celulares, câmeras de vídeos e outras coisas. Mas a polícia tem que ter estrutura e pessoal capacitado para fazer isso. Existe também outro fator que vai além dos órgãos de investigação, que são as testemunhas, que muitas vezes não aparecem. Elas sabem, mas não se apresentam para trazer indícios para a investigação para chegar o mais rápido possível no culpado”, explica.

Sobre o assassinato do João Guilherme Velasco, o delegado de Sinop disse que não tem novidades sobre o caso. Já o Ministério Público informou que o caso está sob sigilo e que a Polícia Civil pediu dilação de prazo, ou seja, mais tempo para concluir as investigações.

Sobre a falta de estrutura e de qualificação da Polícia Civil, apontada pela associação das vítimas de violência, nós pedimos explicações à secretaria estadual de segurança pública, mas ainda não recebemos resposta.

Fonte: Folha Max

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