Um dos principais nomes da história das artes e da cultura de Mato Grosso dos últimos 50 anos, Aline Figueiredo é homenageada em livro e documentário que serão lançados no dia 14 de setembro, às 19h, no teatro do SESC Arsenal. As duas obras fazem parte do projeto ‘O Propósito de Aline’, que conta a vida agitada da crítica de arte e animadora cultural.
O conjunto formado pelas duas obras vai do Pantanal aos canais de Veneza, passando pelas ruas do centro histórico de Cuiabá. O que emerge dessa experiência é uma personagem carismática, polêmica e extremamente determinada.
O livro ‘O Propósito de Aline’, escrito pelo jornalista Rodrigo Vargas, percorre a história de Aline desde que seus primeiros antepassados alcançaram as terras da recém-criada capitania de Mato Grosso, no século 18. Os capítulos descrevem a infância e a adolescência em meio à natureza quase intocada, a descoberta da magia da arte na adolescência e a vida adulta repleta de reviravoltas e realizações.
“Você, ou qualquer pessoa que correr os olhos por estas páginas, vai entender mais sobre os motivos que levaram e levam Aline a ser o que ela é”, escreve o jornalista, escritor e poeta Lorenzo Falcão, no prefácio.
No documentário “Eu Sou Capim Navalha”, o olhar é menos cronológico, factual e mais intimista, mostrando Aline em sua lendária casa no bairro Popular, em Cuiabá, em meio a livros, centenas de obras de arte e quatro cães ruidosos que são sua paixão.
“Aline tem uma capacidade ímpar de realizar aquilo que sonha. E, ao longo da vida, demonstrou essa disposição inúmeras vezes, mesmo com dificuldades e incompreensão. E, aos 75 anos, segue atenta e em busca de novos projetos. Isso é o que mais me fascina”, avaliou o jornalista Rodrigo Vargas.
O projeto ‘O Propósito de Aline’ foi Contemplado no edital Conexão Mestres da Cultura – Marília Beatriz de Figueiredo Leite, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT) com recursos da Lei Aldir Blanc.
A mestra da cultura
Filha de cuiabano, nascida em Corumbá (MS), Aline Figueiredo teve um papel determinante nos bastidores, principalmente na função de organizadora e animadora da cena local. Sua atuação foi decisiva na trajetória de artistas como Dalva de Barros, Clóvis Irigaray, Adir Sodré e Gervane de Paula, entre dezenas de outros.
Em 1966, aos 20 anos de idade, conseguiu reunir 17 artistas de todos os cantos de Mato Grosso em uma exposição que até hoje é considerada como o marco de um novo momento para a cena local. Para isso, bateu à porta de ninguém menos que Assis Chateaubriand, o “Rei do Brasil”.
Aos 28, morando em Cuiabá, começou a mobilização que levaria ao surgimento do Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT, cujo acervo é um dos mais importantes do Estado.
Aline Figueiredo também esteve à frente da movimentação que levou à criação do Ateliê Livre da Fundação Cultural de MT, berço de inúmeros talentos das nossas artes. Ainda escreveu cinco livros e está prestes a lançar o sexto. Por eles, ganhou dois prêmios da Associação Brasileira dos Críticos de Arte (ABCA).
Serviço
Lançamento do projeto ‘O Propósito de Aline’
Data: 14 de setembro, às 19h
Local: teatro do Sesc Arsenal