A moção de aplausos apresentada pelo vereador Paulo Schuh (DC), na Câmara Municipal de Rondonópolis, para homenagear Jair Bolsonaro, deixou parte da imprensa indignada pela “farsa” criada pelo proponente. O pior de tudo ainda foi a falta de ensaio, já que o “escolhido” pra receber a honraria pelo mandatário nacional apareceu no dia da votação, dando pinta de quem achava que hoje já levaria a moção pra casa.
Acontece que o aparente único intuito da referida moção de aplausos era criar palco para que o candidato a prefeito derrotado pelo mesmo partido de Schuh em Rondonópolis, o empresário Cláudio Pausagista (DC), pudesse surgir como representante do atual presidente da República, o que não tem nenhum tipo de lógica e nem conexão com a realidade ou fatos recentes.
O presidente não tem o paisagista como seu representante em Mato Grosso ou Rondonópolis, função que normalmente é atribuída ao deputado federal, José Medeiros (PODE), ou, em alguns momentos, ao ex-deputado federal, Victório Galli (PATRIOTA).
Embora existe uma dificuldade logística, já que o presidente não esteja hoje filiado em nenhum partido, o que facilitaria o processo de envio da honraria a partir do líder local da sigla, o que foi montado por Schuh e Cláudio demonstra-se, claramente, uma tentativa de confundir o eleitorado ao buscar aproximar a imagem do paisagista a do presidente, grande influenciador de votos em Mato Grosso.
Cláudio é pré-candidato a deputado estadual em Mato Grosso e depois dessa, sobretudo pela postura contundente dos mais fiéis bolsonaristas, deve ver o tiro sair pela culatra. Um desgaste já acumulado entre ele e alguns apoiadores do presidente tende a aumentar a tensão, já que o teatro de Schuh e do paisagista soou como clara provocação.