O indígena Eik Júnior Monzilar Parikokoriu, de 23 anos, que teve a garganta perfurada por um pássaro, no último sábado (24), disse ao G1, nesta quinta-feira (29), que sentiu muita falta de ar após o incidente e desmaiou assim que chegou na aldeia para receber atendimento médico.
“Eu tentava caçar o fôlego e não achava. Começaram a orar por mim e, quando terminaram, pude puxar o fôlego da vida novamente”, contou.
Eik voltava de uma pescaria de moto quando foi atingido pelo pássaro do tipo ariramba-preta, parecido com o beija-flor, de bico bem comprido, em uma estrada vicinal na região da aldeia Águas Correntes, em Barra do Bugres (MT), município a cerca de 150 quilômetros de Cuiabá.
O jovem percorreu nove quilômetros com o pássaro preso ao seu corpo até chegar, ferido, à sua aldeia para receber atendimento médico. “Saiu muito sangue do meu nariz, do local [pescoço]. Senti que meu coração estava parando de bater. Eu senti a mão quente da mãe, chorando desesperada”, contou.
O indígena disse que ficará com a carcaça do pássaro morto para ter uma recordação da nova chance que teve de viver. Após os primeiros socorros prestados pela família, Eik foi levado para atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS), que fica na própria aldeia, e só lá o pássaro foi retirado do pescoço dele.