Pacientes com Covid-19 internados no Hospital São Judas Tadeu, de Cuiabá, relataram em depoimentos à delegada Luciani Barros Pereira de Lima, da 2ª Delegacia de Polícia, que os aparelhos de oxigênio eram desligados enquanto eles dormiam. A informação foi repassada pela delegada ao HiperNotícias, na tarde do último dia 20.
De acordo com a autoridade policial, além do desligamento do aparelho, os pacientes se queixaram que os funcionários do hospital também demoravam para fazer a troca do balão de oxigênio. Devido ao comprometimento do pulmão, alguns pacientes com Covid-19 necessitam de aparelho de oxigênio para auxiliar na respiração.
Geralmente, o objeto fica acoplado próximo à maca. Com isso, a pessoa enferma não consegue se movimentar em longa distância. Caso queira se mover, como ir ao banheiro, o paciente tem pedir auxílio aos funcionários para carregar o balão do oxigênio. Porém, de acordo com os depoimentos, os profissionais estavam demorando para atender aos chamados dos enfermos.
Morfina
A Polícia Civil investiga também se os pacientes receberam alta dosagem de morfina ao serem intubados. Além disso, há a possibilidade de os enfermos terem sido amarrados. “Também estamos investigando essa denúncia. No entanto, ainda é muito cedo ainda para chegarmos a uma conclusão”, explicou a autoridade policial.
Polêmica
No dia 5 de abril, Amanda Belmondes Benício foi à 2ª Delegacia da Polícia Civil denunciar que pacientes com Covid-19 estavam sendo mal tratados no hospital. A denunciante afirmou ainda que a unidade de saúde foi a responsável pela morte do major da Policia Militar Thiago Martins de Souza, ocorrida no domingo (4) em decorrência do coronavírus.
A polêmica em torno da unidade de saúde começou depois que a técnica de enfermagem, Amanda Benício, de 38 anos, em vídeo divulgado nas redes sociais da filha, no início do mês, trouxe à tona absurdos que ocorreriam dentro do hospital.
“A pandemia está matando muitas famílias, mas os hospitais também”, disse Amanda, que apontou negligência com os pacientes internados para tratar a covid-19 e afirmou que eles (administração) estão “deixando os pacientes morrer e até os matando”.
O Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) instaurou uma sindicância para apurar os fatos.