Talvez o político com maior senso de realidade e sobrevivência da história recente de Mato Grosso, o que o fez ter seis mandatos seguidos como deputado federal (maior período já registrado no estado), o atual senador da República, Wellington Fagundes (PL), que venceu em 2014 “mais nos bastidores do que nas urnas”, só virá à reeleição se tiver Luis Inácio Lula da Silva (PT) no palanque.
Fagundes já fez as contas, refez, falou com aliados, desenhou estratégias, mas já chegou a conclusão que a chance de derrota para um candidato ao Senado Federal do agronegócio, apoiado pelo atual governador, Mauro Mendes (DEM), e pelo ex-governador, Blairo Maggi (PP), é muito grande. Por isso, seguirá discursando que vem ao Senado, mas paralelamente já está articulando um projeto para voltar à Câmara Federal.
O “ponto fora da curva” seria conseguir colar no ex-presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva (PT), que desde já vem crescendo nas pesquisas de intenção de voto para retornar à cadeira de mandatário do país no pleito de 2022. Articulado, Wellington tem falado com aliados do PT, com quem tem trânsito, já que a esquerda mato-grossense esteve ao seu lado nos últimos pleitos, tentando convencer o partido a lançar uma candidatura própria ao Governo do Estado.
A projeção de Fagundes é a de que tendo um nome relevante na disputa pelo Palácio Paiaguás, como seria o caso do atual deputado estadual e médico, Lúdio Cabral (PT), repetindo consigo a dobradinha de 2014, o candidato a Senado Federal do grupo ganharia muita força, sobretudo pelas prováveis vindas de Lula ao estado. Embora a tendência é que Mato Grosso até se incline a votar, em maioria, em Jair Bolsonaro, a direita provavelmente novamente se fatiará ao Senado Federal entre o nome apoiado pelo presidente e o candidato do Agro, que tem tudo para ser o atual deputado federal, Neri Geller (PP).
Wellington acredita que somando sua força de base criada nas várias décadas como representante público, agregada ao prestígio de Lula, que tem tudo para chegar como favorito, o horizonte muda de figura e a candidatura à reeleição, que hoje é mais discurso do que realidade, de fato, começa a ganhar apelo para sair da classificação de improvável que hoje se encontra.