A denúncia realizada por Rosilene Bráz de Jesus Costa, contra seu ex-marido, o vereador Luis Costa (PDT), foi repercutida na sessão ordinária do legislativo de Primavera do Leste, ontem (5).
O vereador Elton Baraldi (MDB), o Nhonho, não economizou em críticas e cobrou a Polícia Civil, Ministério Público Estadual e o Conselho da Mulher que deem uma resposta rápida à sociedade que cobra justiça.
O emedebista, aliás, chamou Luis, ferrenho defensor da “população de bem”, da “família” e dos “bons costumes”, de FALSO MORALISTA, em um debate que teve polêmica de sobra no parlamento.
“O senhor fala de Deus, moralidade, família e em casa, segundo o boletim de ocorrência, faz totalmente ao contrário (…) O senhor é um falso moralista”, disparou.
Nhonho lembrou outros episódios do passado, que teve o vereador Luis Costa como protagonista, onde já teria ficado claro que suas condutas não são entrosadas com o que demonstra defender.
“Eu jamais me tranquei dentro de gabinete para me esconder de falcatruas, como o senhor já fez no passado com a servidora que trabalhava nesta casa e foi exonerada”, relembrou Nhonho.
O vereador pontuou que Luis não pode seguir tentando confundir a opinião pública, relatando que seus adversários políticos ou pessoas que não gostam de si estariam inventando fake news, já que se trata de uma denúncia oficializada à polícia pela própria Rosilene.
“Quem fez denúncia contra o senhor fui sua ex-esposa ou ainda esposa. Não fui eu que fui lá na delegacia ou um vizinho. Aconteceu algo e todos querem saber o quê, o Brasil inteiro fala sobre agressão contra a mulher e não podemos aceitar isso”, defendeu Nhonho.
A tese de Luis Costa de que ele e a mulher teriam procurado a Delegacia de Polícia para se resguardar, segundo Nhonho, é ridícula.
“Quando um casal se acerta, ele vai num motel ou em um restaurante. Agora vem dizer que vai na delegacia fazer B.O. só pra se precaver? Pelo amor de Deus, em uma mulher não se bate. Se ela mentiu no b.o., que seja investigada, mas o boletim é um fato e o senhor terá que responder”, sacramentou, lamentando os minutos que teve de “perder” comentando o possível crime do colega de parlamento.
Uma das três mulheres entre os 15 membros atuais do parlamento, a enfermeira, Gioavana Paula de Oliveira (MDB), aproveitou o momento para lembrar que a luta contra agressões oo sexo feminino precisa ser uma bandeira da Casa de Leis.
“Como mulher, me sinto agredida quando sei de uma mulher que sofre qualquer tipo de agressão. Vemos homens que chegam a matar suas mulheres por ciúme. Nós mulheres, por nosso gênero, somos sim prejudicadas”, discursou.
Gioavana lembrou que as agressões não necessariamente precisam ser físicas, mas podem ser morais, intelectuais e de vários outros tipos. A vereadora, por fim, se colocou à disposição de todas que precisarem de ajuda.
“Todas as mulheres que precisarem de qualquer coisa na sua defesa têm o meu apoio. É preciso ter respeito”, finalizou, sem se dirigir diretamente a Luis, mas mandando o recado.