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Ex-premier do Paquistão é condenado por venda ilegal de presentes

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Um tribunal paquistanês condenou o ex-primeiro-ministro do país, Imran Khan (foto) e sua esposa Bushra Khan, a 14 anos de prisão cada um, sob a acusação de venda ilegal de presentes do Estado, informou o partido do ex-premier nesta quarta-feira (31), na terceira condenação de Khan nos últimos meses.

O veredito também inclui uma desqualificação de 10 anos para ocupar cargos públicos, informou o PTI, partido de Imran. Bushra Khan, comumente conhecida como Bushra Bibi, se entregou às autoridades logo após a decisão da Justiça, acrescentou o PTI.

A pena de 14 anos de prisão é mais severa do que a sentença de 10 anos dada a Khan na terça-feira sob a acusação de revelar segredos de Estado, a apenas uma semana antes das eleições nacionais. Não ficou imediatamente claro se as duas sentenças de Khan seriam executadas simultaneamente.

“Outro dia triste na história do nosso sistema judiciário, que está sendo desmantelado”, disse a equipe de mídia de Khan, negando que qualquer ato ilegal tenha sido cometido.

“Nenhum questionamento cruzado foi permitido, nenhum argumento final foi concluído e a decisão surge como um processo predeterminado em andamento”, disse, acrescentando: “Essa decisão ridícula também será contestada.”

Ilegalidade

Khan e sua esposa são acusados de vender ilegalmente presentes no valor de mais de 140 milhões de rúpias (501 mil dólares) em posse do Estado durante o mandato entre 2018 e 2022. Autoridades do governo alegaram que os assessores de Khan venderam os presentes em Dubai.

Uma lista desses presentes compartilhada por um ex-ministro da Informação incluía perfumes, joias com diamantes, jogos de jantar e sete relógios, seis deles Rolex – sendo o mais caro uma “edição limitada Master Graff” avaliada em 85 milhões de rúpias (304 mil dólares).

Khan também foi condenado a três anos de prisão em agosto pela mesma acusação por outro tribunal, mas essa sentença foi suspensa graças a um recurso.

O veredito desta quarta-feira (31) seguiu uma investigação do principal órgão anti-suborno do país, o National Accountability Bureau (NAB), que também acusou sua esposa no caso.

A condenação de Bushra é uma tentativa de pressionar Khan ainda mais, disse o presidente interino do PTI e advogado Gohar Ali Khan em uma entrevista à televisão. “Bushra Bibi não tem nenhuma ligação com esse caso”, disse ele.

Casamentos

Embora Khan tenha sido considerado culpado nos outros dois casos, essa é a primeira condenação de sua esposa. Os dois se casaram em 2018, meses antes de Khan assumir o cargo de primeiro-ministro pela primeira vez. Foi o terceiro casamento de Khan após dois divórcios.

Um membro da equipe de acusação, falando à agência de notícias Reuters sob condição de anonimato, confirmou o veredito. Uma sentença detalhada será divulgada em breve, disse ele. A emissora local Geo News informou que a decisão também incluía uma multa pesada.

A condenação anterior de Khan pela acusação de venda de presentes do Estado resultou em uma proibição de cinco anos de ocupar cargos públicos, excluindo o político de 71 anos da eleição de 8 de fevereiro. A sentença de quarta-feira, no entanto, significa que ele será inelegível para ocupar cargos públicos até os 81 anos.

Fonte: EBC Internacional

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