Como se estivesse representando nossas cores nacionais, todo ano, ao aproximar-se o Dia da Independência, o Ipê oferece à paisagem, no céu azul, com sua copa, e no chão, com suas flores caídas, o exuberante espetáculo de seu buquê amarelo.
Contrastando com o verde do resto da vegetação, o ipê, colorido de amarelo na sua floração, serve perfeitamente como um símbolo do Brasil, e como tal foi sua flor declarada em 1961 pelo presidente Jânio Quadros.
Poderíamos dizer ainda que seu ciclo é como uma lição aos homens: chega o inverno, rareiam as chuvas, e para sobreviver à escassez hídrica, a grande árvore sacrifica o verde de suas folhas.
Reduzida a secos e opacos galhos e tronco, espera a água que vem do alto. Mas essa água não vem, e como último recurso, desabrocha seu ouro, na expectativa da polinização, que produzirá o fruto através do qual sobreviverá a espécie mesmo que aquela árvore individual morra.
Ela não morre, porque o céu não tarda mais em derramar suas dádivas. Chove. O verde é recuperado, mas a semente foi gerada e o ciclo da vida foi assegurado.
Neste dia dos biólogos, entre os quais me filio, possamos refletir sobre o valor da vida, sobre a beleza da criação, e tirar desta os ensinamentos que o Criador tem a nos proporcionar pelo conhecimento de Suas obras.
Cláudio Ferreira – Empresário, biólogo, professor e deputado estadual