O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Neurilan Fraga, lamentou a morte do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, aos 41 anos, devido a um câncer descoberto em 2019. Fraga ressalta a trajetória política do prefeito que muito contribuiu para o desenvolvimento da maior cidade do País.
Bruno estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, quando exames constataram que os tumores, originados no trato digestivo, haviam se alastrado para o fígado e também para os ossos. O último boletim médico, de sexta-feira, contatou que o seu quadro era irreversível, ele morreu na mesma noite.
Após um período com a doença controlada, recebeu em fevereiro deste ano, pouco após iniciar o novo mandato, a notícia da piora de seu quadro. Foi diagnosticado um novo nódulo, e o prefeito retomou a quimioterapia.
Em 2016, mais conhecido por ser neto de Mário Covas (1930-2001) do que pela atuação discreta como parlamentar, Covas se tornou o vice na chapa de João Doria para a prefeitura como uma tentativa de pacificar o tucanato rachado pela escolha de um outsider como candidato. Em abril de 2018, ele assumiria o posto de prefeito, deixado por Doria ao disputar o governo estadual.
Em 2020, ele foi eleito prefeito de São Paulo, quando derrotou adversários da esquerda e da direita. O enfrentamento do câncer que ele comunicou ao público desde o diagnóstico e os períodos turbulentos enfrentado na sua gestão, com a pandemia do coronavírus. Em seu primeiro discurso no cargo, exaltou a política, contrastando com a bandeira de gestor apolítico do antecessor. Em diversos momentos e de forma crescente, o contraste se tornou atrito, ainda que não inimizade. A reeleição alimentou a aposta nos bastidores do partido de que o prefeito se tornaria um contraponto ao governador como principal voz do PSDB.
A aposta no centrismo levou o tucano Covas a ser reconduzido à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2020, A doença e a vocalização de um discurso antiautoritário que mirou o presidente Jair Bolsonaro antes que outros o fizessem mudaram a imagem pública de Covas, até então visto como um jovem prefeito boêmio.
Bruno deu prioridade a obras iniciadas na gestão de Fernando Haddad, os centros unificados educacionais, antes de começar novas empreitadas. O esforço posterior de criar marcas, em não poucos casos, culminou em polêmicas. Das 71 metas definidas para 2019 e 2020 pela sua gestão, cumpriu 29, ou 41% do total, deixando 30 de lado. Outras 12 metas não puderam ser avaliadas porque a administração não forneceu dados e estes não eram públicos.
Seu maior legado possivelmente está na forma com que se posicionou contra arroubos autoritários do presidente Jair Bolsonaro, amparada pela admiração que declarava ter pelo avô. Bruno Covas Lopes nasceu em Santos, em 7 de abril de 1980. Filho de Renata Covas Lopes e Pedro Lopes, tinha como maior referência o avô materno, Mário Covas, que retomara os direitos políticos no ano anterior ao seu nascimento e que se tornaria, nas décadas seguintes, prefeito, senador e governador de São Paulo, além de um dos fundadores do PSDB. Em 2014, foi o quarto deputado federal mais votado em São Paulo. De 2011 a 2014, foi secretário do Meio Ambiente na gestão de Geraldo Alckmin no governo esstadual.