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Pessoas desaparecidas são tema do Caminhos da Reportagem

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© Divulgação/TV Brasil


O último abraço, o último sorriso, a última declaração de amor. As demonstrações de afeto se congelam no tempo e na memória de quem busca o filho desaparecido. “Eu estava indo embora. Ele saiu do carro e falou ‘Pai, volta aqui, me dá um abraço’”, diz Érico Carvalhar Vieira sobre o filho que desapareceu há oito anos na zona rural de Vera Cruz (SP).

De acordo com pais e mães ouvidos pelo Caminhos da Reportagem, o drama de quem tem um parente desaparecido começa no balcão da delegacia. Eles são orientados a voltar para casa e esperar de 24 a 48 horas, a depender do policial de plantão. “Não temos conhecimento de nenhuma regra que tenha estabelecido prazo de espera para iniciar a busca de uma pessoa desaparecida. Pelo contrário: a lei de 2009 estabelece que a busca é prioridade em caráter de urgência”, informa Larrisa Leite, coordenadora-adjunta de pessoas desaparecidas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Para as autoridades que trabalham com pessoas desaparecidas, o tempo é fundamental para seguir os rastros e pistas no desaparecimento de uma pessoa. Ainda assim, a presidente da ONG Mães da Sé, Ivanise Esperidião, há 25 anos ouve queixas das mães em relação ao tratamento da polícia. “Quando minha filha, Fabiana, desapareceu, há 25 anos, o delegado disse ‘Mãe, volta pra casa e espera lá. Sua filha deve estar com um namoradinho’. E é assim até hoje. Se era menino, era traficante. Se menina, fugiu com o namorado”, ela diz, com um misto de raiva e dor.

Para Ivanise, qualquer forma de divulgação da pessoa desaparecida, seja nas contas de empresas de energia elétrica e de gás ou em latas de óleo é válida. Quando a Mães da Sé fez parceria com a empresa de transportes Braspress, o rosto de Silvio Corraini estampado num caminhão, foi reconhecido no Espírito Santo. “Ali terminou um luto”, diz Maria Aparecida Corraine, mãe de Silvio, que cedeu as imagens do reencontro com o filho para o Caminhos da Reportagem.

Caminhos da Reportagem - A falta que você faz - Maria Aparecida Corraini, por Divulgação/TV BrasilCaminhos da Reportagem - A falta que você faz - Maria Aparecida Corraini, por Divulgação/TV Brasil Caminhos da Reportagem - A falta que você faz - Maria Aparecida Corraini, por Divulgação/TV BrasilCaminhos da Reportagem - A falta que você faz - Maria Aparecida Corraini, por Divulgação/TV Brasil

Caminhos da Reportagem – A falta que você faz – Maria Aparecida Corraini, por Divulgação/TV BrasilCaminhos da Reportagem – A falta que você faz – Maria Aparecida Corraini, por Divulgação/TV Brasil – Divulgação/TV Brasil

Outra ajuda será o Cadastro Nacional, quando estiver ativo e concentrar todos os nomes dos desaparecidos do país. O cadastro foi criado em 2010, mas ainda não funciona. Resta esperar que a lei que institui a política nacional de buscas de pessoas desaparecidas, sancionada em março de 2019 com a criação de um cadastro nacional saia do papel.

Terezinha Pinheiro Cotrim, mãe de Pedro Luiz: Terezinha Pinheiro Cotrim, mãe de Pedro Luiz:

Terezinha Pinheiro Cotrim, mãe de Pedro Luiz: “ele mandou mensagens para o celular da namorada mas o delegado não acreditou”. – Divulgação/TV Brasil – Divulgação/TV Brasil

Ficha técnica

Reportagem: Bianca Vasconcellos

Produção: Bianca Vasconcellos, Deise Machado, Pollyane Marques, Leo Catto, Luise Espinosa

Imagens: Bianca Vasconcellos 

Videografismo: Lucas de Souza Pinto, Pamela Lopes

Trilha sonora original: Flávia Tyguel

Produção musical: Tereza Cristina Eustáquio 

Banco de trilhas: Music Branding Brasil

Edição de imagens e finalização: Maikon Matuyama

Roteiro e direção: Bianca Vasconcellos

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Edição: Paula Laboissière

Fonte: EBC Geral

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