Dentre os 10 alvos de mandado de prisão na terceira fase da Operação Renegados, deflagrada nesta terça-feira (21) pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado juntamente com a Polícia Judiciária Civil, seis são policiais civis, sendo que cinco deles já tinham sido presos anteriormente na primeira fase da operação deflagrada em maio de 2021. À ocasião, a estratégia era desarticular uma organização criminosa que usava a estrutura da Polícia Civil de Mato Grosso para a prática de vários crimes como corrupção, roubo e tráfico de drogas. Dessa vez, até o delegado Douglas Turibio Schutze foi alvo de busca e apreensão.
Nessa fase, foram presos policiais civis: Edilson Antônio da Silva, Alan Cantuário Rodrigues, Rogério da Costa Ribeiro, Frederico Eduardo de Oliveira, Paulo da Silva Brito e Júlio César de Proença. Conforme dados do portal transparência do Governo de Mato Grosso, eles ganham salários que variam de R$ 9 mil a R$ 17 mil.
Também foi preso o apoiador da quadrilha:Domingos Alberto de Sant’Ana e a ex-estagiária da Polícia Civil, Natália Regina Assis da Silva (namorada de Edilson), além de Kelle Arruda e Samara Nunes. Dentre os alvos de busca e apreensão, estão Ronaldo Miranda, Douglas Turibio (delegado aposentado) e Karolina Magalhães.
Os mandados foram cumpridos nas cidades de Cuiabá, Chapada dos Guimarães e Rondonópolis. A Operação Renegados foi deflagrada de forma conjunta entre a Corregedoria-Geral da Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE).
De acordo com o Gaeco e a PJC, a operação é resultado da continuidade da investigação conjunta realizada em Procedimento de Investigação Criminal (PIC) instaurado pelo Gaeco e em inquérito instaurado pela Corregedoria-Geral da Policial Civil. A investigação busca desarticular uma organização criminosa composta, dentre outros membros, por policiais civis e informantes do grupo.
Os elementos informativos e provas colhidos durante as investigações, demonstraram que a organização criminosa era comandada por policial da ativa, o qual se utilizava de técnicas de investigação com o uso de equipamentos da Polícia Judiciária Civil, além da facilidade de ser chefe de operação de uma delegacia da Capital, para facilitar e encobrir as ações criminosas do grupo. As ações praticadas pelos investigados envolvem a prática de crimes graves como concussão, corrupção, peculato, roubo e tráfico.
Em decisão recente, publicada no começo deste mês, a juíza Ana Cristina da Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou 23 réus que foram alvos das fases anteriores da Operação Renegado. Inclusive, na sentença ela decretou a perda da função pública de sete policiais civis, que agora foram novamente presos na terceira fase da operação.
Quanto à perda da função, tal penalidade só terá efeito após o trânsito em julgado da sentença, o que pode demorar vários anos, diante de uma série de recursos que eles podem ingressar em diferentes instâncias do Poder Judiciário. Enquanto isso, continuarão a receber os salários normalmente.
RENEGADOS
Consta nos autos que tudo começou após a prisão do ex-policial civil Hairton Borges Júnior, o Borjão, que apresentou proposta de colaboração premiada junto ao Ministério Público. Depois, os investigados Ananias Santana da Silva e Daniel de Paula Melo também apresentaram proposta de delação premiada. Com base na colaboração premiada realizada entre o Ministério Público e os delatores, no dia 1º de maio de 2021 os promotores e delegados do Gaeco representaram pela prisão preventiva de 22 pessoas.
A Operação Renegados foi deflagrada pelo Gaeco no dia 4 de maio de 2021 em Mato Grosso para cumprir 22 mandados de prisão e outros 22 de busca e apreensão expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá contra integrantes de uma quadrilha de policiais civis e militares suspeitos de crimes de corrupção, roubo e tráfico. Dos 22 alvos, 15 tiveram ordem de prisão cumprida pelo Gaeco no dia da operação. Depois, em novembro de 2021 foi deflagrada a segunda fase da operação para cumprimento de 30 mandados judiciais, sendo 14 de prisão preventiva, dois de prisão domiciliar, cindo de busca e apreensão em residências e mais nove de busca e apreenbsão em celas do Centro de Custódia da Capital (CCC).
Veja nomes e salários dos policiais presos
Edilson Antonio da Silva – R$ 16,6 mil
Alan Cantuario Rodrigues – R$ 17,6 mil
Paulo da Silva Brito – R$ 18, 1 mil
Rogério da Costa Ribeiro – R$ 17,6 mil
Frederico Eduardo de Oliveira – R$ 9 mil
Júlio Proença – R$ 17,6 mil
Presos que não são policiais
Domingos Sávio Alberto de Sant’ Ana
Natália Regina Assis da Silva
Kelle Arruda Santos
Samara Nunes
Fonte: Folha Max