O corpo da menina Manuella Tecchio Bronstrup, de 3 anos, foi exumado na manhã desta sexta-feira (17) no cemitério de Sinop (500 km de Cuiabá), a pedido do delegado Ugo Mendonça, da Polícia Civil. Ela morreu no dia 7 deste mês depois de ter sido atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e motivou a Secretaria Municipal de Saúde do Município a afastar uma médica que fez o atendimento inicial e instaurar uma sindicância para investigar o caso.
Segundo a Polícia Civil, o pedido de exumação ocorreu para investigar possíveis erros médicos no atendimento da criança e o procedimento foi feito por uma equipe da Perícia oficial e Identificação Técnica (Politec).
Em entrevista ao programa Balanço Geral da TV Vila Real, o delegado Ugo Mendonça explicou que agora será preciso “aguardar o laudo para confirmar a situação de possível imperícia ou imprudência no atendimento”.
Manuella foi levada para a UPA com sintomas gripais e tosse seca. A menina foi liberada após passar por exames de urina e sangue, mas no dia seguinte a família retornou e em novo atendimento, foi descoberto que o pulmão da menina estava comprometido.
A criança foi sedada e morreu poucas horas depois. De acordo com o delegado, médicos e enfermeiros serão notivicados a prestarem depoimentos e com o resultado do laudo a Polícia Civil deve chegar a uma conclusão.
“Se as investigações constatarem que houve erro, os responsáveis podem responder por homicídio culposo e o eventual responsável ainda responder administrativamente ao órgão que cuida dessa parte”, explicou. Não há uma data para conclusão do laudo que será elaborado após a exumação.
Entenda o caso
Um laudo do Instituto Médico Legal (IML), apontou que Manuelle morreu vítima de choque séptico e pneumonia. Uma sindicância foi aberta e afastou uma das médicas que atendeu a paciente. Com isso, a profissional ficará impedida de acessar as instalações da UPA. A secretária municipal de Saúde, Daniela Galhardo, ponderou que toda suspeita precisa ser apurada. “Não podemos fazer julgamentos precipitados, mas precisamos apurar como foi realizado o atendimento. Por isso, determinamos a abertura da investigação, que culminou com o afastamento da profissional”.
A paciente foi admitida na Unidade de Pronto Atendimento de Sinop (UPA 24h), no dia 7 de março, com queixa de deficiência respiratória, tendo, em poucas horas, um agravamento do seu quadro clínico. De acordo com a direção da unidade, todos os protocolos médicos foram aplicados. No entanto, na madrugada do dia 8 de março, a paciente morreu.
O jornalista Wésllen Tecchio, apresentador do programa Balanço Geral, da TV Vila Real, e tio de Manuella, agradeceu as mensagens de apoio que recebeu ao longo do dia e pediu orações, sobretudo, com relação a perda de sua sobrinha. Ele também criticou o atendimento que a criança recebeu na unidade de saúde e pediu justiça.
Já a médica afastada, que preferiu não se identificar, nega as acusações de negligência e pontuou que outros dois médicos também atenderam a paciente e não foram afastados pela Prefeitura de Sinop. “Acho que isso é uma injustiça, a gente precisa realmente de resposta, mas estão colocando a culpa apenas em mim. E isso induz até a família a achar que fiz alguma coisa que falhou”, afirmou a médica em entrevista para uma emissora de TV em Sinop.
Fonte: Folha Max