Em Mato Grosso, 50 autores de crimes como tentativa de feminicídio, feminicídio, estupro, cárcere privado, descumprimento de medida protetiva, entre outros, foram presos pela Polícia Civil nas duas primeiras semanas da Operação Átria, deflagrada em todo o País, neste mês, com o objetivo de combater crimes de violência contra a mulher.
A Operação Átria é realizada pelas Polícias Civis do País, sob coordenação Ministério da Justiça e Segurança Pública. Além do combate à violência contra a mulher, por meio da apuração de denúncias, instauração de inquéritos policiais, atendimentos às vítimas e cumprimento de mandados de prisão, também são promovidas ações educativas, como palestras, orientações e cursos.
As equipes das Delegacias Especializadas de Defesa da Mulher e Núcleos da Mulher reuniram esforços para levar informação e esclarecimento à população em forma de panfletagem, entrevistas na imprensa, palestras, capacitações e rodas de conversa.
No Estado, 16 cidades receberão até o fim deste mês palestras orientativas, entre elas Brasnorte, Barra do Bugres, Rosário Oeste, Nossa Senhora do Livramento e São José do Rio Claro, onde já foram realizadas as ações.
Em Rondonópolis, a Delegacia de Defesa da Mulher deflagrou uma força-tarefa com apoio de policiais femininas de outras delegacias da cidade. Uma das ações incluiu um dia de atendimentos concentradas na base comunitária da Vila Operária.
“Intensificamos o cumprimento de mandados de prisões temporária e preventivas, além do apoio às vítimas na retirada de pertences e fiscalização de cumprimento de medidas protetivas. Além desse trabalho repressivo, estamos promovendo encontros, palestras, rodas de conversa e levando esclarecimentos e orientações à população sobre a legislação de trata desses crimes, os canais de denúncias, o papel da Polícia Civil e dos órgãos integrados”, esclareceu a delegada Mariell Antonini, coordenadora da operação em Mato Grosso.
Em Cuiabá, assistentes sociais que atuam na Rede de Proteção participaram de palestras sobre o fluxo de atendimento na Delegacia da Mulher e o acolhimento psicossocial.
Prisões
Uma das prisões realizadas pela Polícia Civil ocorreu em Rondonópolis, onde o suspeito foi detido em flagrante após cometer os crimes de lesão corporal, injúria e ameaça. Outro detido, em cumprimento a mandado judicial, responde pelos crimes de lesão qualificada e cárcere privado contra a ex-companheira.
Em Sinop, a Delegacia da Mulher prendeu na última semana um homem de 32 anos que abusou sexualmente da própria filha durante anos. Ele ainda obrigou a vítima a ingerir medicamento abortivo após a adolescente testar positivo para gravidez.
Em Várzea Grande, um suspeito de 29 anos queria saber o porquê da ex-companheira não querer reatar o relacionamento e invadiu a casa da vítima, no início de fevereiro, descumprindo a medida protetiva que determinava o afastamento dele. A Delegacia da Mulher representou pela prisão, que foi cumprida nesta segunda-feira (13.03).
Até o fim deste mês, as unidades policiais atuam na busca de suspeitos e foragidos da Justiça pela prática de crimes de feminicídio, violência física, psicológica, patrimonial, moral e sexual.
Canais de denúncia
As denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas através do 197 em Mato Grosso ou 190 da Polícia Militar. Para denúncias em qualquer estado do País, há ainda o número 180, da Central Nacional da Mulher.
Operação
Átria é o nome da principal estrela da constelação,“Triângulo Austral” do hemisfério sul. O nome da operação é uma alusão à posição de destaque da estrela, com o objetivo de reposicionar a mulher, retirando-a da condição de vítima e a pondo em evidência.
Fonte: Folha Max