A Justiça de Mato Grosso decretou prisão preventiva para Richard Estaques Aguiar Silva Conceição, de 18 anos, acusado de assassinar o assessor parlamentar Wanderley Leandro Nascimento, de 36, em Cuiabá. Além dele, o comparsa Murilo Henrique Araújo de Souza, de 18, também teve a prisão em flagrante convertida para preventiva na terça (21).
A decisão foi proferida nesta quarta-feira (22), pelo juiz plantonista da Comarca de Nova Mutum, Diego Hartmann, onde foi realizada a prisão do acusado. “’A existência do crime se prova conforme indicam o Boletim de Ocorrência e relatório de investigação, tendo em vista que houve a ocultação do cadáver e os indícios suficientes de autoria podem ser comprovados através da leitura das peças deste auto como, por exemplo, os termos de depoimentos, Termo de Apreensão do veículo subtraído que denotam, em linha de princípio, prova de materialidade e indícios suficientes de autoria” diz trecho da decisão.
Ambos foram presos na segunda-feira (20), após o intenso trabalho de investigação da Polícia Civil. Murilo foi detido enquanto desembarcava de uma van, em Terra Nova do Norte, e Richard foi pego por policiais em Lucas do Rio Verde. O magistrado Diego Harmann justificou que a prisão do acusado é necessária para manter a ordem pública por ter se demonstrado ser uma pessoa indiferente, violenta e fria.
“Ademais, os relatos do conduzido em sede de audiência de custódia oferecem suporte informativo robusto de que ele estava na cena do crime no momento da morte da vítima, bem como teria auxiliado na ocultação do cadáver e fuga do coautor com os pertences da vítima, o que reforça a necessidade da conversão do flagrante em prisão preventiva”, disse, ao acrescentar que “observa-se, ainda, que o conduzido era pessoa aparentemente de confiança da vítima, a quem esta franqueava acesso ao seu veículo e à sua residência, a revelar a frieza e indiferença do conduzido com a vida humana. Some-se a este cenário o fato do conduzido ter imediatamente foragido do distrito da culpa, sendo localizado em cidade distante mais de 200km da capital. Fica evidente, portanto, que a concessão de medidas cautelares diversas da prisão se revelam inadequadas e insuficientes, sendo necessária a imposição de decreto prisional preventivo para fim de acautelar o meio social – garantia da ordem pública – notadamente diante da extrema gravidade do delito e perigo para a sociedade – bem como para assegurar a aplicação da lei penal”.
O CASO
Wanderley era assessor parlamentar do deputado estadual Wilson Santos (PSD) e morava no Bairro São João Del Rey, em Cuiabá, de onde saiu na última quinta-feira (16) e não foi mais visto. Familiares acionaram a Polícia Civil para comunicar o desaparecimento, onde deram início às buscas pela vítima.
No mesmo dia, os policiais conseguiram prender a dupla, em cidades diferentes e ambos confessaram ter matado o servidor público, indicando onde a vítima estava. A Polícia Civil foi até o local e localizou o corpo já em estado de decomposição. Em depoimento, ambos relataram que mantinham uma relação homoafetiva com a vítima e que teriam tirado a vida de Wanderley por ciúmes, pois ele queria se relacionar sexualmente com o irmão de um deles.
O irmão Wanderley, Edilson Carlos, porém não acredita na versão e afirmou em entrevista à TV Comunidade, do SBT Cuiabá, que já havia visto o comparsa de Murilo, Richard Aguiar em uma reunião religiosa conhecida como “célula” promovida na casa da vítima. Edilson disse ainda, que o irmão comprava cachorro quente e lanches e oferecia para os visitantes todas às quintas-feiras e que não crê na versão dos suspeitos, e sim de que seu irmão foi vítima de latrocínio – roubo seguido de morte, tendo em vista que Murilo e Richard fugiram com o carro e uma televisão de 55 polegadas que pertenciam à vítima.
Fonte: Folha Max