O delegado Thiago Marques Berger, da delegacia de Alta Floresta (804 km de Cuiabá), revelou que Amanda Luiza de Almeida Ferreira, de 36 anos, – uma das três pessoas presas pelo latrocício do fazendeiro Valdir Lanza de Moura, de 55 anos -, foi usada como “isca” para atrai-lo para um encontro amoroso, onde comparsas dela iriam roubar a caminhonete Hilux da vítima. As declarações foram dadas em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (2).
Confrme o delegado, Amanda e Humberto Eduardo Marques, de 27 anos, outro preso por envolvimento no crime, já tinham intenção de praticar roubos de caminhonetes e ouro no município de Alta Floresta. Eles são apontados como responsáveis por uma tentativa de roubo ocorrida no início deste ano em uma residência no setor J, onde a vítima reagiu e conseguiu escapar.
Como a tentativa não obteve sucesso, eles criaram um grupo para articular outros crimes no município. No grupo eles monitoravam casas de outras possíveis vítimas e planejavam novos ataques. Valdir Lanza foi uma das vítimas da quadrilha no dia 6 de janeiro deste ano quando foi sequestrado em Alta Floresta. Seu corpo só foi localizado eesta quarta-feira (1º), já em decomposição numa região de mata, distrito de Cachoeira da Serra, no estado Pará.
As investigações apontaram que Valdir Lanza “tinha apreço pela vida noturna, tinha uma vida boêmia, se relacionava com outras mulheres, uma destas mulheres que ele se relacionou é a suspeita Amanda, presa no decorrer da investigação”.
De acordo com o delegado, eles estavam juntos no Natal em Alta Floresta e almoçaram em um restaurante. Amanda atraia Valdir com a intenção de praticar o crime. Ciente que Valdir usava jóias de ouro, cordões, pulseiras e tinha uma caminhonete de alto valor, a suspeita repassava as informações para Humberto Marques, com quem estava tendo um relacionamento amoroso. Junto com o comparsa Maurício, o trio organizou e praticou o crime.
Conforme apurado durante as investigações, Amanda chamou Valdir para um encontro amoroso e quando estavam dentro do veículo namorando, os comparsas dela, Maurício Campos, de 18 anos, e Humberto Marques, chegaram ao local e sequestraram o produtor rural.
O delegado ainda disse que os criminosos seguiram com o plano de latrocínio até que o caso ganhou repercussão na mídia. A quadrilha pretendia seguir com a caminhonete para algum lugar onde pudessem vendê-la. No entanto, quando chegaram no estado do Pará, o caso já tinha tomado uma repercussão maior e decidiram abandonar o veículo numa região de mata, em Novo Progresso.
Valdir Lanza permaneceu amarrado na parte de trás da caminhonete, mas pode ter reconhecido os suspeitos, o que pode ter contribuído para a sua morte. Após ter corpo desovado, as joias que Valdir usava foram retiradas, derretidas e vendidas em Sinop (500 km de Cuiabá). Humberto, Amanda e e Maurício Campos estão presos preventivamente pelo crime. Eles devem responder pelos crimes de latrocínio e formação de quadrilha.
Fonte: Folha Max