A Polícia Civil realizou, nesta quinta-feira (26), a reconstituição do crime em que Bruna Tatiane Evangelista Felski, de 26 anos, confessou ter matado a tiros um idoso e o filho dele em Terra Nova do Norte, a 648 km de Cuiabá, em outubro do ano passado. A simulação do que havia acontecido foi solicitado pela defesa da investigada, que não compareceu no local por razões médicas.
Em depoimento à Polícia Civil, Bruna confessou que atirou contra o irmão e o pai da suposta ex-amante do marido dela para defender os pais. Na época, ela estava grávida de oito meses.
A primeira versão apresentada na reconstituição foi a de Marcielle, com quem o ex de Bruna mantinha um relacionamento. Ela foi até a casa de Marcielle, onde aconteceu uma discussão com os parentes e, em seguida, Bruna sacou uma pistola que estava no carro e efetuou os disparos que alvejaram o pai de Marcielle, Genuir de Barros, de 67 anos, e o irmão dela, Marcelo de Barros, de 37 anos.
Ao todo, quatro versões da cena do crime foram recriadas, duas por parte da acusação e duas por parte da defesa. Segundo o delegado José Getúlio Daniel, a arma usada por Bruna era do ex-companheiro dela, que deve responder por porte ilegal de arma de fogo.
Com a conclusão do laudo pericial, a polícia deve finalizar o inquérito. Ao g1, o advogado da defesa dela, Silvio Eduardo Polidoro, informou que a reprodução do crime vai ajudar na conclusão da investigação e, segundo ele, inocentar a investigada.
“Em nossa visão, ficou demonstrado que o depoimento prestado pela Bruna é verdadeiro”, disse. Conforme o advogado, Bruna não participou da reconstituição por razões médicas, mas informou que os pais dela estavam presentes.
Dias após o crime ter sido cometido, a defesa requisitou essa simulação do crime para reconstituir o que aconteceu para ajudar na investigação policial.
Relembre o caso
No dia 22 de outubro do ano passado, Bruna foi até a casa das vítimas para tirar satisfação sobre um suposto relacionamento amoroso entre o marido dela e a suposta amante. O pai de Bruna chegou no local para levá-la embora, porém, ela foi até o carro do marido e pegou uma pistola, que usou contra o irmão de Marcielle. Na tentativa de defender o filho, o idoso acabou sendo baleado também.
Em depoimento, Bruna contou que estava “cega e desesperada” com a situação e que todos estavam alterados emocionalmente. Segundo ela, após a discussão entre os parentes, ela decidiu usar a arma de fogo porque “eles atacariam os pais”.
Conforme o delegado responsável pelo caso, José Getúlio Daniel, as testemunhas apresentaram versões diferentes da que foi dita pela investigada. A arma foi jogada em um rio, conforme depoimento de Bruna.
Vida conjugal
Segundo a acusada, ela conheceu o esposo, Rodrigo, em uma rede social em 2021, enquanto ele trabalhava em uma propriedade rural do município e ela morava em Colíder. Logo em seguida, o casal foi morar junto na Fazenda Talismã. Ela disse que eles sempre tiveram um bom relacionamento.
Antes de se unirem, ela tinha um filho e o marido, três. O casal descobriu a nova gravidez em abril do ano passado e, segundo ela, trata-se uma gestação de risco. No entanto, ela percebeu o marido mais afastado e não se mostrava feliz com o novo filho.
Em setembro, ela encontrou conversas do marido com uma suposta ex-amante no celular dele, enquanto ele dormia. Ela perguntou ao esposo sobre o as mensagens, mas ele negou o caso extraconjugal. Com a situação, Rodrigo passou a morar com a mãe dele.
Veja alguns momento da reconstituição:
Fonte: Folha Max