Um dos suspeitos alvo da Operação Kalýpto, da Polícia Civil, deflagrada nessa terça-feira (24), possui um mandado de prisão preventiva por matar a motorista por aplicativo Natana da Silva, de 30 anos, no Bairro Pedregal, em Cuiabá. O assassinato aconteceu em 2020, quando a vítima foi espancada pelo investigado.
De acordo com o delegado responsável pela operação, Caio Fernando, os quatro alvos da operação possuem antecedentes criminais e alguns já estão presos. “Outros comparsas presos estão envolvidos naquele caso. Alguns já estão na Penitenciária Central do Estado. As investigações podem evoluir e ter outros participantes”, disse.
O delegado disse ainda que a família dos maranhenses Tiago Araújo, de 32 anos; Paulo Weverton Abreu da Costa, de 23 anos; Geraldo Rodrigues da Silva, de 20 anos; e Clemilton Barros Paixão, de 20 anos, tiveram que voltar para o estado de origem. “As vítimas estavam aqui com a família à procura de empregos. Todos tiveram que voltar para não serem mortos”, disse.
Sobre o suposto envolvimento das vítimas com facções criminosas, a Polícia Civil foi até o Maranhão para conversar com as famílias e os investigadores confirmaram que apenas um dos quatro maranhenses tinham algum envolvimento com a quadrilha.
Morte da motorista
Natana morreu em um hospital de Cuiabá, depois de ter sido espancada ao sair de casa para visitar a mãe, em julho de 2020. Segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime aconteceu no Bairro Pedregal, na capital.
O carro da motorista foi encontrado em um matagal no mesmo bairro. Na época, a polícia colheu informações com a equipe médica, que relatou que Natana chegou sem pulso na unidade hospitalar e que foram realizados vários procedimentos de reanimação, mas ela não resistiu.
Operação Kalýpto
A polícia deflagrou a operação após o desaparecimento de quatro maranhenses que haviam vindo para a capital em busca de trabalho. As vítimas desapareceram há quase dois anos, de um conjunto de quitinetes onde moravam, no Bairro Jardim Renascer, em Cuiabá. Tiago e Geraldo eram irmãos, Clemilton era cunhado deles, e Paulo era amigo dos três.
Após o desaparecimento, os familiares de duas vítimas procuraram a Polícia Civil e registraram um boletim. Quatro dias após o registro, a equipe recebeu informações de que um morador do Jardim Renascer estaria envolvido no desaparecimento das vítimas.
A investigação apurou que as vítimas foram decapitadas, tiveram dedos amputados e, um dos homens foi atingido por um disparo de arma de fogo no peito. Outras duas pessoas foram mortas com tiros na nuca. Segundo a polícia, os suspeitos julgaram que as quatro vítimas pertenciam a outra facção e, desta forma, resolveram assassinar os jovens.
Os suspeitos devem responder por homicídio triplamente qualificado – impossibilidade de defesa, motivo torpe e meio cruel – além de ocultação de cadáver, sequestro e integração de organização criminosa.
A polícia tenta descobrir a localização dos corpos, que até o momento estão desaparecidos. “Ao se tratar de crimes praticados por integrantes de organização criminosa, a busca do maior e melhor suporte informativo é necessária para esclarecer quem são os autores e como agiram, assim como localizar os corpos”, destacou o delegado Caio Fernando.
Fonte: Folha Max