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Apresentador alega que esposa foi coagida por policiais para denunciá-lo em MT

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O apresentador Lucas Ferraz, acusado de ter agredido a namorada K.C.G., de 20 anos, em uma festa de confraternização no final de semana em Tangará da Serra (239 km de Cuiabá), emitiu uma carta aberta nesta terça-feira (20) se pronunciando sobre a suposta agressão. No documento, ele cita que a companheira enfrenta problemas psicológicos, culpa colegas de profissão, alega que está sendo chamado de ser ‘agressor’ e revela suposta coação de policiais.  (Veja a carta na íntegra no final da matéria)

O jornalista é acusado de ter desferido socos na cabeça da companheira no último sábado (17) em uma confraternização do Grupo Agora de Comunicação, por motivos de ciúmes. Ela foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Tangará da Serra por pessoas que estavam no evento. Na unidade de saude ela teria relatado detalhes das agressões, e havia suspeita de fratura no nariz.

Foi o médico plantonista da unidade de saúde que acionou a Polícia Militar. Segundo os policiais, no registro da ocorrência, a vítima tinha vários hematomas no rosto e que, segundo relato da própria jovem, foram feitos pelo apresentador. No entanto, na noite de domingo (18), Lucas postou uma série de stories nas redes sociais negando as agressões. Na manhã de segunda-feira o Grupo Agora denunciou que demitiu o apresentador por não compactuar com nenhum tipo de violência.

Somente nesta terça-feira o casal veio a público apresentar suas versões dos fatos por meio de uma carta aberta, onde Lucas diz que foi ‘julgado e sentenciado por justiceiros da internet’. No texto, o jornalista diz que está há quase 4 anos com a esposa, ou seja, desde quando ela era adolescente e revela que ela sofre de ansiedade e pânico depressivo.

“Fui apontado por alguns como ‘agressor’ sem nunca ter tocado um único dedo em minha esposa, ou qualquer outra pessoa. Minha mulher vive ao meu lado há quase 4 anos. Me mantive calado em respeito a minha companheira que no momento precisa mais que nunca da minha atenção. Só nós dois sabemos a luta que travamos juntos pela saúde, a coragem que ela tem de enfrentar dia após dia um quadro clínico que para muitas pessoas é levado como “frescura”.  Já fomos parar em hospitais tarde da noite após crises de ansiedade e pânico depressivo, eu jamais revelaria algo tão particular, mas a iniciativa partiu dela, eu como marido apoio minha esposa em tudo”, relatou.

Além disso, Lucas afirma que as testemunhas não presenciaram nenhuma agressão e que achava que possuía ‘amigos’ no local de trabalho, mas diante dos fatos, isso não se provou.

“Eu fui acusado por supostas testemunhas que não presenciaram absolutamente nada lá no local em uma festa de confraternização onde achei que estava diante de amigos, eu jamais gritei ou levantei a voz para minha esposa. Mas como bem foi divulgado em áudios gravados sem conhecimento ou consentimento da minha esposa que naquele momento estava psicologicamente abalada após tomar a medicação e se quer recorda daquilo que foi falado”, disparou.

Outro ponto criticado pelo comnicador é a forma como sua esposa foi tratada por policiais e na delegacia. Para ele, queriam forçá-la a “fazer uma acusação” e pedir uma medida protetiva contra ele. “Queriam forçá-la a fazer uma acusação ou confissões a qualquer custo.  Não se preocuparam com estado emocional ou como iriam abordá-la naquele momento de fragilidade.  Minha esposa relata na entrevista que fomos abordados ao chegar em nossa casa por policiais com armas nas mãos apontando para nós, jogaram minha mulher dentro de uma viatura descaracterizada e levaram ela até uma delegacia”.

Por fim, o apresentar garante que os vídeos e áudios gravados serão requeridos pelos advogados e os mesmos tomarão as medidas possíveis. Mais cedo, o delegado Gustavo Souza, que está à frente das investigações, afirmou que um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil e o apresentador Lucas Ferraz, vai ser investigado por violência psicológica, lesão corporal e ameaça qualificada no contexto de violência doméstica.

ÍNTEGRA DA CARTA

Fui apontado por alguns como “agressor” sem nunca ter tocado um único dedo em minha esposa, ou qualquer outra pessoa. Minha mulher vive ao meu lado a quase 4 anos.  Me mantive calado em respeito a minha companheira que no momento precisa mais que nunca da minha atenção.  Jamais deixaria ela se expor com algo tão particular da vida dela.

Só nós dois sabemos à luta que travamos juntos pela saúde, a coragem que ela tem de enfrentar dia após dia um quadro clínico que para muitas pessoas é levado como “frescura”. 

Já tivemos episódios complicados em nossa jornada, já fomos parar em hospitais tarde da noite após crises de ansiedade e pânico depressivo, eu jamais revelaria algo tão particular, mas a iniciativa partiu dela, eu como marido apoio minha esposa em tudo. 

Eu fui acusado por supostas testemunhas que não presenciaram absolutamente nada lá no local em uma festa de confraternização onde achei que estava diante de amigos, eu jamais gritei ou levantei a voz para minha esposa. Mas como bem foi divulgado em áudios gravados sem conhecimento ou consentimento da minha esposa que naquele momento estava psicologicamente abalada após tomar a medicação e se quer recorda daquilo que foi falado.  Mas os supostos “amigos” deixaram claro a real impressão sobre mim.  Mas não me surpreendo com o ser humano, naquele momento em que gravavam ela, minha esposa parecia estar sendo entrevistada, onde pessoas tentavam empurrar uma história que ela teria que repetir e repetiu sem se dar conta. 

Minha esposa foi ouvida de forma oficial em uma delegacia, fiz questão que ela fosse ouvida para falar tudo sem rodeios a autoridade policial daquela cidade.  Mas a todo momento pareciam duvidar do depoimento da pessoa que seria a suposta vítima, chegaram a chamá-la de mentirosa, exatamente com essas palavras. Queriam força-la a fazer uma acusação ou confissões a qualquer custo.  Não se preocuparam com estado emocional ou como iriam abordá-la naquele momento de fragilidade.  Minha esposa relata na entrevista que fomos abordados ao chegar em nossa casa por policiais com armas nas mãos apontando para nós, jogaram minha mulher dentro de uma viatura descaracterizada e levaram ela até uma delegacia.  Segundo minha esposa no caminho falavam que isso não acabava bem, que ela deveria se afastar de mim, oferecendo medida protetiva, oferecendo meios para ela ir embora etc. É duro falarmos a respeito disso dessa forma, mas o depoimento da minha mulher foi sincero e sei que não foi nada fácil para uma pessoa com problemas psicológicos como os dela.  Até agora eu não fui intimado para comparecer, tão pouco até onde sabemos eu não estou sendo acusado de nada. Sempre me coloquei à inteira disposição para qualquer esclarecimento.

Minha esposa não precisa mentir no depoimento, eu jamais compactuaria com algo do tipo.   Só quem tem um problema  sabe como tratar ou tentar ajudar, coisas que diariamente são Exercitadas por nós em nossa casa.  

Até agora ninguém parou para saber dos problemas psicológicos enfrentados dentro da nossa casa, ninguém parou para me ligar e tentar esclarecer, ninguém preocupou-se de verdade com a situação da minha esposa. Na internet levantaram campanhas pedindo até minha morte, porém não se preocuparam em ouvir nada.  

Domingo após todo episódio fomos tentar ter um dia melhor, tentamos fazer ela melhorar psicologicamente, daí começaram a nos bombardear nas redes sociais e sem direito de falar absolutamente nada.  Ao chegar em nossa casa após minha esposa ter outra quase crise no carro, gravamos um vídeo para tranquilizar as pessoas, mas ao invés disso começaram a fazer alegações que ela estaria coagida ou obrigada a falar.   Minha esposa resolveu procurar a imprensa para falar, já que estavam e estão me acusando de não deixá-la contar nada.  Casos de violência doméstica acontecem quase que a cada minuto, mas como ouviram de forma categórica nem de longe isso entrou ou entrará em nossa casa.  

Eu me mantive calado nos últimos dias observando o nível de maldade de alguns, vendo meu nome e carreira jogado no fosso, mas não tinha como me defender pois minha maior preocupação naquele momento era cuidar da saúde mental da minha família após ataques enfrentados por nós. Eu segurei a barra em respeito à saúde da minha companheira que está mais que fragilizada com tudo isso. Confesso que tentei desviar o foco da real história, tentei dar outra versão dos fatos para proteger um segredo tão íntimo , não imaginávamos que iriam usar algo tão peculiar dessa forma medonha. 

Alguns vão dizer que foi ideia do Ferraz ou imposição para ela falar algo, tem gente que vai até falar em relacionamento abusivo ou sei lá o que se passa na cabeça daqueles que acreditam na “teoria da conspiração”.  Só que partiu da minha esposa a iniciativa de falar, ao contrário do pensamento de muitos que vão assistir as declarações, ela mesmo diz que não foi obrigada a falar e compartilhar algo tão íntimo que é enfrentado por nós. Eu poderia me chatear ainda mais, me irritar em um nível de separação ou qualquer coisa assim, mas que tipo de marido eu seria em avaliar minha esposa após uma crise onde estava medicada, nervosa e cercada de pessoas que demonstravam total interesse no assunto, não na missão humana de ajuda e sim de alguma outra coisa. Eu Jamais a deixaria desamparada pois ela está sendo guerreira e corajosa em se expor assim e tem meu apoio. Na entrevista minha esposa relata que após tudo isso, foi levada para casa de uma pessoa, e quando melhorou do efeito dos medicamentos foi lembrando de tudo e pediu para eu buscá-la.  Como meu carro havia sido levado por terceiros para ser guardado na empresa, já que minha esposa estava sem condições de dirigir, acabei pegando um táxi e fui buscá-la e Depois fomos para nossa casa onde esperei ela dormir e na manhã de domingo expliquei tudo que havia acontecido.   

Confesso que cheguei a pensar que a perderia por toda situação, pensei eu mesmo em cometer uma bobagem comigo mesmo por conta disso, mas vi que sou o esteio e apoio da minha companheira.  

Do fundo do coração, espero que a mesma força do movimento “justiceiros da internet” se levantem agora para dar apoio da mesma forma que acusaram vorazmente.  Que não tentem desqualificar as palavras de uma pessoa valente que decidiu quebrar o silêncio e contar tudo em detalhes.  

Não tenho raiva de ninguém, mas sejamos justos uns para com os outros, muitos mesmo diante de tudo ainda vão se encher de certezas e continuar acreditando naquilo que lhe convém.   Não estamos aqui justificando nada, tão pouco pedindo aprovação de ninguém.

Eu e minha esposa precisávamos falar e ser ouvidos, essa foi nossa oportunado de abrir o coração e principalmente nossa particularidade, tarefa que não é fácil para nós no momento.  

Eu Fui julgado e sentenciado pelo tribunal da internet sem se quer ser ouvido ou convidado para ser ouvido, chegaram a falar que sou foragido e estaria fugindo, enquanto cuido da minha mulher acompanho os noticiários falando a respeito e bate uma dor tão grande, mas não compartilho com ela essa dor, pois preciso me mostrar forte para cuidar da minha família.  

Não culpo meus empregadores pela decisão de me demitirem diante dos boatos, os verdadeiros diretores e chefes não moram em Tangará, mas aqui está a verdade para todos os senhores e senhoras, a interpretarem como acharem melhor.  Espero voltar a trabalhar logo e continuar meu caminho de cabeça erguida com minha família.  Posso ter magoado de alguma forma pessoas que não gostam de mim, mas ninguém é obrigado a nada tão pouco gostar.   Só não aceito e jamais aceitarei usarem minha esposa dessa forma.  

Os vídeos e áudios gravados serão devidamente requeridos pelos nossos advogados que tomarão todas as medidas possíveis.  

Agora minhas atenções estão voltadas para a saúde da minha esposa, para o bem estar da minha família e principalmente em arrumar forças para continuar cuidando de tudo e tentar esquecer esse triste episódio orquestrado e armado por alguns. Não sou nenhuma vítima ou gosto de ser visto assim, mas não aceito injustiças e quem me conhece sabe.  

Eu repúdio e não compactuo com nenhum tipo de violência.

Que Deus julgue aqueles que merecem o julgamento, eu e minha esposa continuaremos nossa vida de cabeça erguida, pois se existem vítimas nessa história de filme de terror somos nós dois.   

Atenciosamente dos amigos Lucas Ferraz e Katrine.

Fonte: Folha Max

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