A data rememora 1983, quando o Governo do Estado criou o Pelotão Feminino para executar, à época, missões no trato com menores infratores ou abandonados, e com mulheres envolvidas em infrações penais. Quase 40 anos depois, a PMMT tem uma mulher à frente de seu comando-geral adjunto, a coronel Francyanne Siqueira Chaves, que assumiu a função em abril deste ano.
Para a coronel, ocupar uma função no alto comando da instituição é uma forma de reconhecimento a todas as mulheres que compõem a corporação. ?Uma mulher ocupando uma função de grande importância, é uma valorização muito grande, uma forma de destacar o trabalho da mulher dentro da instituição, que eu encaro como uma grande responsabilidade?, afirma a comandante-geral adjunta.
?Responsabilidade? também é a palavra utilizada pela tenente-coronel Susane Tamanho, que está há 22 anos na PMMT. Em abril deste ano, a militar assumiu a função de comandante da Força Tática do Primeiro Comando Regional, sediado em Cuiabá. ?O que a gente mais preza é ter a dedicação para melhoria do serviço prestado a sociedade. A Força Tática, hoje, representa a segunda maior unidade de patrulhamento tático do Estado. Temos essa responsabilidade de fazer com que o policial esteja preparado para ofertar um serviço de excelência?, destaca.
As mulheres da PM estão presentes em todos os 15 Comandos Regionais de Mato Grosso, desempenhando, também no interior do Estado, funções de comando, como a sargento Andréa das Graças Camilo Souza, que hoje é comandante do Núcleo da PM de Alto Paraguai. Para a sargento, o desafio no comando do NPM é enfrentado diariamente.
?É se tornar uma pessoa melhor dentro da profissão, pois a PM abrange todos os lares, está em todo lugar. Em Alto Paraguai, a única força policial é o NPM que comando, então estamos muito mais atentos e olhando a comunidade em um todo. Precisamos de um trabalho voltado para a comunidade, construindo a segurança pública de acordo com a tradição cultural e da sociedade onde estamos?, completa a sargento.
Mesmo com uma intensa rotina policial, administrativamente e operacionalmente, as mulheres policiais militares também precisam conciliar os seus tempos com a família. E todas elas não abrem mão de estarem sempre juntas de seus companheiros e filhos.
“Quando estou com a minha família, com meu esposo e minha filha, procuro me dedicar integralmente a eles e deixar o trabalho para depois. Da mesma forma quando estou no trabalho me dedico integralmente. Precisamos saber dosar e não abandonar nenhum dos lados, e sempre dar continuidade ao nosso trabalho?, afirma a comandante-geral adjunta, coronel Francyanne.
A tenente-coronel Susane cita que o apoio da família é a base de tudo, inclusive para o fortalecimento do trabalho. Susane é mãe de trigêmeas, que atualmente têm dois anos e três meses. ?Em 2019 tivemos surpresa das nossas filhas e ainda é um desafio muito grande. Na PM adquirimos muitas habilidades e, entre elas, nos organizamos da melhor maneira possível para desempenhar os serviços e atender nossa família?, ressalta.
A sargento Andréa admite que não é fácil ter duas grandes funções, ser comandante e mãe de duas meninas, de 15 e 10 anos. ?Fácil naõ é, mas eu sempre fui combatente, operacional. No ano de 2020 fui incentivada por uma outra mulher comandante, a estar onde estou. Esse é um clamor meu, de ser reconhecida por ter capacidade de liderar, minha carreira foi marcada por desafios e por isso me encontro na PM?, finaliza a terceira-sargento.
Seja nas operações policiais, nos serviços burocráticos, no trânsito ou na saúde, elas conquistaram com competência, perseverança e profissionalismo o seu lugar de destaque. Atualmente, o efetivo feminino na PMMT é composto por cerca 549 policiais ? coronéis, tenentes-coronéis, majores, capitãs, tenentes, sargentos, cabos e soldados.
Fonte: Folha Max