Home Destaque À PC, testemunha revela que namorada mandou agente “atirar em todo mundo”


À PC, testemunha revela que namorada mandou agente “atirar em todo mundo”

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Uma das testemunhas ouvidas pela Polícia Civil no inquérito que investiga a morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, o “Japão”, revelou que ouviu a namorada da vítima, Janaína Sá, pedindo para ele sacar a arma e atirar nas pessoas. A testemunha ainda disse que momentos antes presenciou o casal brigando dentro do carro.

O depoimento consta no inquérito completo ao qual o FOLHAMAX teve acesso. “Em determinado momento, a depoente ouviu Janaína ordenar para a vítima sacar a arma de fogo e atirar em todo mundo; em seguida, viu que a vítima sacou uma arma preta da cintura, levantou a arma em punho e na sequência saiu caminhando atrás dela atravessando a rua sentido clínica materna”, diz trecho do documento.

Segundo o relato, foi neste momento em que populares começaram a gritar que Alexandre estava armado. A autônoma M.S.P, de 38 anos, ainda diz que viu o vereador Tenente Coronel Paccola (Republicanos) passar em sua frente e tentar abordar o agente, ordenando que ele abaixasse sua arma.

Ela, porém, não chegou a ver se Miyagawa se virou apontando a arma contra o vereador, já que foi puxada para dentro do bar de onde estava. Os três disparos foram ouvidos em seguida sem que a testemunha os visse.

A testemunha ainda afirma que viu o corpo de “Japão” caído ao chão e que em nenhum momento Janaína foi verificar se Alexandre estava respirando. Segundo o relato, a namorada teria começado a gritar com Paccola, o questionando sobre o porquê ter disparado contra a vítima.

“Ouviu Paccola dizendo para Janaína se acalmar e que só tinha feito aquilo para defender ela; Paccola dizia para Janaína: “Eu só te defendi, eu só te defendi!”; Janaína dizia “mas ele não iria atirar em mim!” , e isso só comprova que Janaína viu que a vítima sacou a arma”, cita outro trecho.

À polícia, a testemunha mencionou não ter visto se a namorada de Alexandre havia tentado pegar sua arma e nem se alguma pessoa afastou a pistola com os pés, devido à velocidade em que tudo aconteceu.

BRIGA DE CASAL

A mesma testemunha narrou à Polícia que estava na conveniência distribuidora quando tudo aconteceu. Segundo ela, estava sentada à mesa sozinha enquanto seu marido fazia um free lancer e, por volta das 19h20, escutou o barulho de um carro entrando na contramão.

Em seguida, ouviu o som de uma freada brusca. Com medo de que o veículo pudesse ter batido contra o de seu marido, que estava estacionado na redondeza, ela teria ido verificar o acontecido.

No caminho, encontrou um motoboy que teria lhe dito quase ter sido atropelado pelo veículo e, quando chegou, viu a motorista, que ela identificou como sendo Janaina, gritando: “Eu não aguento mais isso! Eu não aguento mais essa situação. Eu não aguento mais você!” Enquanto a mulher gritava ela batia no volante; os gritos da mulher era de uma pessoa histérica parecendo uma louca e demonstrava que ela estava discutindo com a vítima dentro do carro”, menciona o documento.

Em seguida, Janaína teria saído do veículo e se dirigido à testemunha perguntando se havia batido em seu veículo. Após responder que não, ela alega ter percebido o estado da namorada de Alexandre e se afastado.

Contudo, ainda segundo o relato, Janaína teria ido atrás dela logo depois, momento em que notou que ela “buscava confusão”. A testemunha teria dito à motorista que quase atropelou um motociclista, ao que ela respondeu que não se importava.”A depoente disse para Janaína que ela tinha quase matado um motoboy, e nesse hora Janaína disse “foda-se! Eu desço na contramão na hora que eu quiser”, narrou.

A testemunha também afirmou ser mentira da namorada da vítima, que havia descido do carro para urinar e que, em nenhum momento, pediu para usar o banheiro da distribuidora. Alexandre Miyagawa foi morto no último dia 1º de julho pelo vereador Tenente Coronel Paccola. Ele recebeu três tiros pelas costas, no meio da rua, no bairro Quilombo, próximo ao restaurante Choppão.

Paccola afirma ter atuado em legítima defesa e diz ter tentado verbalizar com o agente, mas que fez os disparos após ele se virar com a arma em punho. A perícia constatou que Alexandre morreu por hemorragia ao ter os dois pulmões e o fígado atingidos pelos disparos.

O vereador responde a um processo de cassação de mandato e a um pedido de afastamento imediato na Câmara Municipal. Nenhum ainda concluso. Nesta semana, ele foi indiciado por homicídio qualificado com recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

A Polícia Judiciária Civil pediu sua prisão preventiva, com parecer favorável do Ministério Público do Estado (MP-MT), mas teve o requerimento negado pela Justiça, que apontou falta de risco à ordem pública e às investigações.

Fonte: Folha Max

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