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Especialista alerta sobre cuidados para prevenção de câncer de colo de útero e colorretal

| Por Folhamax

Março é marcado pelo alerta para prevenção dos cânceres de colo de útero e colorretal. Apesar de serem distintos, os carcinomas têm uma semelhança: se forem descobertos cedo, têm grandes chances de cura. A recomendação é que a vigilância seja constante e exames de rotina sejam feitos tanto em casos assintomáticos como em sintomáticos.

Conforme explicou o médico cirurgião oncológico Lauzamar Roge Salomão Junior, da Clínica Oncolog, quando descobertas ainda no início, significa que estão em sua fase benigna. No caso do câncer de útero, ela demora de 3 a 5 anos para se desenvolver e se tornar um câncer maligno. No caso do câncer colorretal, o prazo é de até 10 anos.

Em ambos os casos fatores ambientais e de exposição têm mais influência no desenvolvimento da doença. Ou seja, a prevenção e mudança de hábitos alimentares e sexuais, por exemplo, ainda é o melhor remédio. Entenda mais sobre esses dois tipos de cânceres.

Câncer colorretal 

O câncer colorretal é um tumor maligno que se desenvolve no intestino grosso, tanto no cólon como em sua parte final, o reto. Pessoas mais propensas a desenvolver essa doença são as que têm uma alimentação desequilibrada, com baixo teor de fibras e alto consumo de carne e alimentos processados, não fazem atividades físicas e fumam.

“Todas essas situações predispõem e induzem que as células benignas do intestino grosso sejam transformadas em células malignas. A partir de então, essas células começam a se proliferar de uma forma diferente e consequentemente é formado o tumor. É a consequência das células erradas que vão crescendo e formando uma massa”, explicou o especialista.

A maior incidência da doença são pessoas com idade superior a 60 anos. Por isso, é importante que o exame de diagnóstico, a colonoscopia, seja realizado a partir dos 50. Isso porque a doença demora até 10 anos para se desenvolver. Caso as células cancerígenas sejam identificadas logo no início, é possível optar por um tratamento menos invasivo e com maior chance de cura.

“O exame vai analisar internamente as paredes do intestino e aí é possível fazer o diagnóstico desde uma verruga até uma lesão na parede interna do intestino com formação tumoral. Se a pessoa tiver caso na família ou algum sintoma, é importante fazer o rastreio antes. A predisposição genética ainda existe, mas são casos menos frequentes”, analisou o cirurgião.

Nos casos sintomáticos, é preciso estar em alerta para o aumento no número de evacuações, consistência alterada das fezes, presença de sangue vivo e cólicas na hora de utilizar o banheiro. Quando descoberta a doença, dependendo do estágio em que ela se encontra, o especialista analisará qual o melhor tratamento a ser seguido.

“No estágio inicial a doença é curável por cirurgia e a quimioterapia não é necessária. Quando há a disseminação para outras células há a necessidade de tratamento adjuvante, com quimioterapia. Em fase avançada, quando há sangramento e risco de obstrução, a radioterapia pode ser iniciada associada à quimioterapia, antes da cirurgia, visando a diminuição do tumor para que o procedimento seja feito”, finalizou.

Câncer de colo de útero 

Já no câncer de colo de útero, o maior risco é com relação às relações sexuais desprotegidas. Isso porque o causador da doença são alguns tipos do vírus Papilomavírus Humano (HPV) ou, em alguns casos, devido a traumas recorrentes na região do colo do útero.

“Homens contaminados pelo HPV contaminam as mulheres que têm relação sem preservativo. A partir de então, aparecem verrugas que, se não tratadas, podem se desenvolver para um câncer. Se a mulher não cobra essa proteção em suas relações sexuais, existe um risco muito grande de infecção. É importante frisar que é preciso fazer relação protegida e ir ao ginecologista com frequência”, pontuou.

Por meio do exame preventivo, mais conhecido como Papanicolau, é possível visualizar as verrugas e detectar células anormais e cancerígenas. A faixa etária de pessoas incidentes depende da faixa de exposição sexual, mas varia entre mulheres de 25 a 30 anos. Em estágio inicial, a doença demora de 3 a 5 anos para se desenvolver.

“Muitas das vezes não têm sintomas. Existe um corrimento, por vezes um sangramento no pós-coito que a mulher deixa passar. Quando ela percebeu, o sangue aumentou, a secreção aumentou e isso só é visível no exame ginecológico. Mulheres em atividade sexual ativa devem procurar o médico a cada seis meses para identificar”.

O tratamento, assim como para o câncer colorretal, depende do estágio em que a doença foi descoberta. Em estágios iniciais é possível fazer a retirada das feridas por meio da conização (retirado um fragmento do colo uterino em formato de cone). Em casos mais graves, é possível até que seja feita cirurgia para retirada do útero, da bexiga e do intestino. Quimio e radioterapia também podem ser recomendadas.

No Brasil, existe campanha de vacinação contra o HPV para meninas e meninos a partir dos 9 anos de idade. Essa medida reduz a possibilidade de contágio pelo vírus, mas, ainda assim, algumas cepas não são contempladas na vacina. O médico orientou que a melhor alternativa para evitar a doença ainda é o uso do preservativo.

“Mesmo com a vacina essa pessoa não está 100% protegida. Esse tipo de doença é mais incidente em populações de países subdesenvolvidos, porque em outros países há a orientação para o uso de preservativo”, finalizou Lauzamar.

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