Pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) estuda a substituição de aditivos antibióticos por óleos essenciais, extraídos do alho e da canela, na alimentação de rebanhos bovinos. O estudo é coordenado pela zootecnista e doutora Rosemary Laís Galati, e fomentado pelo Governo de Mato Grosso, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapemat), em parceria com a empresa Novus International.
A expectativa é que o estudo aponte novos caminhos para a nutrição animal, reduzindo danos ambientais e ampliando mercados para o consumo de carne.
Intitulada “Óleos essenciais em substituição aos aditivos antibióticos e como seu uso pode agregar valor à cadeia produtiva da carne bovina”, a pesquisa realizada estudos com animais das espécies nelore e cruzado, que recebem dietas contendo óleos essenciais, combinados ou substituindo totalmente os aditivos antibióticos (monensina), comumente usados na nutrição dos animais.
Segundo a pesquisadora, os antibióticos são utilizados para controlar o processo digestivo e manter a saúde do animal, uma vez que eles têm dietas sem alimentos com teor de fibra bruta. “O mundo de hoje e do futuro busca alimentos produzidos com menor participação de produtos químicos. Daí a finalidade desse projeto, que é focar este mercado consumidor e preparar a cadeia produtiva para um futuro praticamente inevitável, produzir mais proteína animal e utilizar produtos não químicos para isso”, explica a pesquisadora.
A primeira etapa do projeto foi finalizada e, no momento, os dados e amostras colhidos ao longo de 120 dias de experimentos são analisados no Laboratório de Nutrição Animal da Faculdade de Agronomia e Zootecnica da UFMT. Essas informações permitirão que se avalie a indicação ou o uso isolado dos óleos, criando novas estratégias para a produção.
A expectativa dos pesquisadores é que essa mistura de óleos ajude a diminuir o metano produzido pelos animais. “Nossos resultados são bastante promissores e indicam que os óleos essenciais são potenciais substitutos da monensina e isso configura uma estratégia para ganhar mercado nos próximos anos, criando caminho para a criação de selos e certificações para carne bovina livre de antibióticos e menos impactes às mudanças climáticas”, ressalta a doutora Galati.