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Seminário discute impacto das redes sociais na saúde mental e estratégias de bem-estar

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Como parte da campanha Setembro Amarelo o Tribunal Regional do Trabalho promoveu, na última sexta (20), um seminário para refletir sobre saúde mental. O evento, que contou com a participação de uma médica psiquiatra e uma psicóloga, trouxe informações sobre o impacto das redes sociais no equilíbrio emocional e estratégias para encontrar o equilíbrio e bem-estar mental.

A psiquiatra Leícia Assunção abriu o evento trazendo dados sobre a interferência das redes sociais no cotidiano das pessoas. Segundo ela, o uso massivo e constante dessas redes causa preocupações significativas para a saúde mental, especialmente em grupos considerados mais vulneráveis a essa influência.

Adolescentes, jovens adultos e pessoas com a saúde psíquica afetada são os segmentos que estão mais à mercê dos males das redes sociais, segundo a médica. Isso porque o universo on-line influencia no desenvolvimento emocional e cognitivo, sobretudo para os adolescentes, que estão em busca de aceitação social e são expostos a padrões idealizados, alcançados em muitos casos por imagens editadas e cheias de filtro. “Esse sentimento de estar perdendo algo importante vem com tudo, sem que a pessoa se dê conta que ela pode estar perdendo um tempo precioso com as redes sociais”, destacou a psiquiatra.

A médica ressaltou ainda como as redes sociais podem desencadear doenças como a depressão. Mas também destacou o lado positivo das redes sociais, como a formação de contatos, o compartilhamento de assuntos úteis, posts inspiradores e educativos e sentimento de pertencimento. “Cabe a nós a condução das redes sociais. Com escolhas conscientes para nossa presença on-line, ela pode nos alavancar e nos levar para frente. É preciso estar atento e fazer uma autorreflexão para avaliar se usamos essas ferramentas de forma adequada”.

Estratégias para o equilíbrio

O seminário contou também com a participação da psicóloga Juliana Garcia. Segundo ela, a saúde mental é a capacidade de uma pessoa lidar com as exigências da vida e estar bem consigo mesmo e com os outros. “A saúde mental é mais do que ausência de transtornos mentais. É manter o equilíbrio entre as emoções e os desafios da vida e isso envolve fatores como saber lidar com situações boas e desagradáveis, reconhecer os próprios limites e, buscar ajuda quando necessário. Também é importante ter habilidade para construir relações sociais e se abrir para aprender e adquirir educação”.

Contudo, a grande maioria das pessoas enfrenta o adoecimento mental. “É preciso reconhecer que já tínhamos uma situação difícil antes da pandemia. Com a covid-19 e tudo o que veio junto, a gente entrou em um momento gritante da saúde mental. E ainda temos o reflexo dessa fase, que é muito recente”, destacou.
 

Setembro Amarelo

Em 2019, mais de 700 mil casos de suicídio foram registrados em todo mundo pela OMS, isso sem contar os casos subnotificados. Já no Brasil, estima-se que sejam 14 mil casos ao ano, ou seja, cerca de 38 pessoas se suicidam por dia no país.
Os dados mostram a importância da campanha Setembro Amarelo. O movimento ganhou notoriedade no Brasil em 2013 com a Associação Brasileira de Psicologia. No ano seguinte, ganhou a parceria da Associação Brasileira de Psiquiatria. Neste ano, o lema do Setembro Amarelo é “Se precisar, peça ajuda!”.

Peça ajuda e ajude!

A psicóloga Juliana Garcia, alerta que o silenciamento é um grande fator de risco. “Estatísticas sugerem que por cada morte, 135 pessoas são expostas, resultando em 1,4 milhão de indivíduos expostos só no Brasil a cada ano”.

Segundo ela, quem tira a própria vida não quer morrer, só quer cessar as dores. “A pessoa dá sinais de que precisa de ajuda. É preciso se atentar ao outro para poder ajudá-lo. Ouvir essa pessoa é importante. Também é preciso quebrar o silêncio que rodeia o suicídio, normalizando a expressão emocional para diminuir os efeitos da estigmatização e salvar vidas”.

Fonte: TRT – MT

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