O desenvolvimento da Reserva Indígena Tadarimana, lar da etnia Boé-Bororo, alcançou novos patamares nos últimos anos, assegurando a valorização da população indígena por meio de serviços de saúde e odontologia, além de promover o estímulo à cultura e ao esporte. Para celebrar as festividades das aldeias da reserva, que marcam o Dia do Índio, 19 de abril, foram construídos um baito e uma praça esportiva.
Os investimentos foram ampliados desde o ano anterior, totalizando um montante de R$ 8 milhões em obras na reserva. A aldeia está recebendo melhorias em infraestrutura educação, saneamento básico, esporte, cultura, transporte e produção de alimentos.
Reconhecidos pelos arqueólogos em todo o mundo, os Boé-Bororo contam com o apoio da administração municipal para preservar sua cultura, especialmente o ritual do funeral, considerado o mais longo de todas as culturas indígenas. A partir de agora, essa cerimônia será realizada em um baito, uma grande tenda central de cunho religioso-cultural, que está em fase final de construção para garantir a continuidade dos ritos indígenas. Os funerais costumam durar cerca de 40 dias, com rituais especiais relacionados aos pertences do falecido.
A ancestral prática do arco e flecha continua viva na aldeia, com a realização de campeonatos internos e entre aldeias. Além disso, outros esportes terão mais espaço com a construção de uma área de esportes e lazer, que incluirá um campo oficial de futebol com alambrado e vestiário, uma quadra de areia iluminada por LED e uma praça com pergolado e paisagismo.
Antigos problemas com abastecimento de água potável e rede de distribuição para as casas foram solucionados. A aldeia agora conta com três novos poços artesianos, além de novas caixas d’água e reservatórios para garantir o fornecimento de água potável a todas as famílias.
A produção de alimentos para a comunidade indígena recebeu novos impulsos com investimentos em hortas comunitárias, das quais três já estão em fase de cultivo de hortaliças e outras três em construção. Cada uma dessas hortas possui entre 3 e 5 hectares de área de produção. Essas iniciativas visam melhorar a qualidade da alimentação e promover a saúde dos indígenas, incluindo a primeira safra de mandioca na aldeia, cultivada em uma área de 5 hectares para atender às necessidades da comunidade.
Para tornar o programa de melhoria da alimentação uma realidade, o município providenciou a limpeza e organização da área, doou as ramas e sementes para plantio, e ofereceu assistência técnica profissional para as pequenas plantações locais. Além disso, o acesso à reserva e às estradas que conectam as aldeias foi melhorado, com a disponibilização de um trator em comodato e a doação de um caminhão truck carga seca.
Outra frente importante para melhorar a qualidade de vida dos indígenas foi a criação da Associação de Mulheres Indígenas da Aldeia Tadarimana e Aldeinhas, visando a produção e comercialização de artesanato dentro e fora do estado. Uma sede foi providenciada e uma van está disponível para transportar os produtos e as artesãs para participarem de feiras e eventos. Todos os benefícios assistenciais são levados à comunidade através do CRAS local, que também distribui cartões e cestas básicas para combater a insegurança alimentar.
O prefeito José Carlos do Pátio destaca que a situação de abandono em que se encontrava a reserva indígena exigia medidas significativas para garantir dignidade e qualidade de vida aos seus habitantes originais. “Os Bororos habitavam as margens do Rio Vermelho quando os primeiros colonizadores chegaram, e é crucial valorizar aqueles que estavam aqui antes da ocupação das terras pelos colonizadores. Agora, com acesso à saúde e educação nas aldeias, a comunidade indígena desfrutará de uma escola renovada, a Escola Leosídio Fermau, que está sendo reformada e ampliada, oferecendo salas climatizadas, uma sala multiuso, lavanderia, cozinha e áreas cobertas entre os blocos. Além disso, a infraestrutura de saneamento está sendo atualizada com a instalação de uma nova fossa e sumidouro”, pontou o prefeito.
Quanto à saúde, o atendimento é realizado no PSF local por uma equipe multiprofissional, que inclui médicos e enfermeiros duas vezes por mês. A saúde mental e bucal também recebe atenção, com um dentista atendendo no consultório odontológico. Os atendimentos são agendados e contam com o suporte de equipamentos e medicamentos necessários. A equipe médica realiza, em média, 200 consultas, número quase equivalente ao atendimento odontológico na comunidade.