O deputado federal, Abílio Brunini (PL), que rotineiramente usa as redes sociais pra tentar atrelar a adversários crimes que eles sequer são investigados, votou nesta quarta-feira (10) para tirar da cadeia Chiquinho Brazão, deputado federal carioca expulso do União Brasil e que está preso por ação da Polícia Federal, que o identificou como o mandante da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Na conta geral, foram 277 deputados favoráveis à manutenção da prisão de Chiquinho, enquanto Abílio e mais 128 foram contra, além de 28 abstenções. Eram necessários 257 votos (maioria absoluta) para que o deputado continuasse preso e assim ele permanecerá. Embora esteja longe de ser um bolsonarista raiz, já que vivia a criticar o então presidente Jair Bolsonaro enquanto era vereador de Cuiabá, Brunini enxergou a brecha e tenta agora surfar na onda da direita raivosa pra buscar a prefeitura da capital, em 2024.
Acontece que mesmo antes de “endireitar”, a linha de Abílio sempre foi a da antipolítica, de se opor aos figurões e representantes públicos de carreira, a quem adora rotular de corruptos e etc. Soa estranho então que alguém que decidiu abraçar a turma do “bandido bom é bandido morto” querer tirar da cadeia e que seguisse normalmente seu mandato um homem que segundo todos os indícios cometeu tamanha atrocidade.
O mesmo Abílio, dias atrás, deixou claro que vê Alexandre de Moraes suspeito para julgar Bolsonaro, mas pelo jeito não vê problema em um suspeito real de assassinato seguir solto e representando o povo em Brasíllia. Essa voto do pré-candidato do PL certamente virá no debate da campanha que se aproxima e Abílio vai ter que responder: votou assim porque quis ou porque alguém pediu? Se a resposta for a segunda opção, já está na hora de parar de querer arrotar tanta moralidade. Não tem absolutamente nada diferente do que todos que estão na política buscando espaço.