A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, em sua unidade voltada à recuperação do ecossistema do Cerrado, que abriga mais de 10 mil espécies, está desenvolvendo um estudo inovador.
O projeto – iniciado em 2006 – estuda uma área de dois hectares de pastagem desativada, onde não havia espécies nativas remanescentes, com o objetivo de reabilitar o terreno, plantando 720 mudas de 15 espécies de árvores nativas do bioma, incluindo a Cagaita, a Mata-cachorro e o Pau-pombo.
O estudo se concentra nos eventos fenológicos dessas plantas, ou seja, nas fases de desenvolvimento e reprodução, como a folheação, a floração e a frutificação. A pesquisa é pioneira, pois ocorre em uma área de recuperação em vez de reservas ou viveiros, permitindo uma observação direta da dinâmica ecológica em um habitat em processo de restauração.
Como resultado, a equipe da Embrapa Cerrados observou um crescimento mais robusto da vegetação e o retorno de fauna nativa ao local. Entre 2023 e 2024, o número de espécies registradas aumentou de 15 para 54, refletindo uma recuperação saudável do ecossistema, facilitada pela menor frequência de roçagem e pelo ambiente favorável.
Além dos avanços na recuperação da flora, os pesquisadores enfatizaram a necessidade de um cuidado especial na escolha das espécies nativas que devem ser utilizadas em projetos de revegetação. Sousa Silva ressaltou que a continuidade das pesquisas é fundamental para garantir a eficácia dessas iniciativas.
Fonte: Pensar Agro