A 2ª Feira Brasileira de Sementes (FEBRASEM) promovida pela Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (APROSMAT) encerrou nesta sexta-feira (16) em Rondonópolis – MT, e a busca por ampliação nas pesquisas para detecção de patógenos em sementes foi o tema que norteou as discussões do segundo dia.
O evento já considerado indispensável no setor sementeiro bateu recordes de público e expositores nesta edição. Foram mais de 500 participantes entre agricultores, empresários, pesquisadores e estudantes, além de 30 expositores nacionais e internacionais.
As palestras e debates durante os dois dias na Feira trouxeram as mais inovadoras pesquisas e tecnologias para o público presente, que está cada vez mais em busca de investir na agricultura de precisão.
Na abertura do evento no segundo dia, o sócio-diretor da consultoria Blink, Lars Schobinger, destacou que o sementeiro brasileiro tem o perfil de ser mais jovem, do que os europeus e americanos. E essa característica traz clientes mais exigentes no cenário produtivo, e tem sido fundamental para a transformação no setor principalmente na área tecnológica. “Esse perfil mais jovem do produtor brasileiro é muito positivo para a evolução no agronegócio no Brasil, já que são exigentes em termos de qualidade de serviço, qualidade de acompanhamento e conhecimento de tecnologia”, disse Lars.
No período da tarde, o painel técnico ‘Incidência de patógenos em sementes de soja’, foi a grande pauta do evento. A busca por detectar com mais rapidez, possíveis problemas no grão e assim mitigar prejuízos, é a preocupação de pesquisadores e agricultores, que destacam que Mato Grosso precisa de uma ampliação nas pesquisas para conseguir acompanhar a alta produção do Estado.
A doutora em Ciência e Tecnologia de Sementes e pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maria de Fátima Zorato, em entrevista explicou que o painel teve o objetivo de discutir sobre os fungos nas sementes que é recorrente em Mato Grosso, devido às questões climáticas. E o debate desse tema na FEBRASEM foi fundamental para acelerar o movimento junto ao Ministério da Agricultura por uma política que ajude o agricultor a não enfrentar perdas.
“Estamos pleiteando junto ao Ministério da Agricultura o tratamento de sementes, pois o volume de produção é muito alto e precisamos de tempo hábil para não atrasar o embarque do produto. Para isso, estamos levantando dados, e mostrar a importância da soja no país que já é reconhecida pelo Governo, na questão da pujança na economia. E não podemos ter prejuízo na produtividade e para o produtor”, destacou Zorato.
Para o vice-presidente de Grandes Culturas da APROSMAT, Carlos Augustin, Rondonópolis se consolida como a Capital da Semente do Brasil, e a realização da Feira só mostra essa força que a região tem. “É natural que cada região tenha um polo econômico, em Sorriso e Lucas do Rio Verde é a soja e o milho. E aqui em Rondonópolis é a semente. E o desafio da próxima feira será atender os agricultores de forma geral, sendo ainda maior e mais robusta”, afirmou.
Ao final do evento, o presidente da APROSMAT, Nelson Croda, já adiantou ao público que a terceira edição do evento está confirmada e promete trazer ainda mais parceiros, para a ampliação das discussões e networks entre os participantes. “A FEBRASEM foi um evento engrandecedor, enriquecedor e de muita aprendizagem sobre novos produtos e tecnologias. E a terceira edição da Feira já está sendo pensada, e esperamos contar com a participação de todos. E a nossa expectativa é ampliar ainda mais o evento, abrindo as portas para novas tecnologias e produtos”, disse Croda. A próxima edição da FEBRASEM está marcada para os dias 19 e 20 de junho de 2024.