Já está no ar a 18ª entrevista do programa Magistratura e Sociedade, promovido pela Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT). Desta vez, o entrevistado é o pesquisador Juliano Batista dos Santos, que é doutor e mestre em Estudos de Cultura Contemporânea pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A conversa foi conduzida pelo juiz e professor de Filosofia da Esmagis-MT, Gonçalo Antunes de Barros Neto.
Bacharel e licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia e professor de Filosofia no Instituto Federal de Mato Grosso – campus Cuiabá, Juliano atualmente se dedica às pesquisas sobre a educação profissional e tecnológica e a compreensão dos espaços públicos urbanos, mais precisamente a interação entre os transeuntes e a cidade: corpocidade.
“A cidade é viva, ela é um organismo vivo. A cidade está em movimento. E um movimento da cidade só pode ser percebido nos espaços públicos. Mas veja, tem pessoas que transitam por esse espaço como se estivessem indo de um ponto A ao ponto B, e às vezes se perguntam ‘como que eu saí de casa e consegui chegar ao meu trabalho?’ Essas perguntas, o que aconteceu nesse intervalo, você não percebe. Então a gente acaba fazendo isso de maneira mecânica”, explicou Juliano.
Segundo ele, as pessoas não estão percebendo o que acontece ao seu redor. “A percepção que nós temos da cidade é a percepção de uma janela, de um veículo. E não perceber a cidade é também não vivenciá-la. Então, quando eu simplesmente transito pela cidade, eu deixo de vivê-la. (…) A gente precisa caminhar para poder sentirmos a cidade. Perceber a cidade é perceber as pessoas. Perceber a cidade é sair dessa esfera objetiva e perceber que ali existem sensibilidade, que as coisas estão acontecendo”, assinalou.
No bate-papo, o entrevistado falou sobre diversos assuntos relacionados à corpocidade, entre eles as pessoas em situação de rua, que realmente vivem a cidade permanentemente, em tempo integral. “Isso tem um custo. Não à toa, eles são os errantes urbanos. Então, é nesse sentido essa corpocidade, entender o que ocorre dentro desses ambientes.”
“A ideia é parar, é conversar, é estabelecer relações. Porque, para você ter memória, para você ter história, para você ter identidade, você precisa ter uma relação com esse ambiente. Mas você percebe que a relação com o ambiente pressupõe a relação com pessoas?”, questionou Juliano.
O entrevistado é autor dos livros ‘Riscos e estratégias de sobrevivência: flanelas e malabaristas’ e ‘Errantes urbanos: funções corporais e táticas de sobrevivência dos moradores de rua em Cuiabá’, indicado ao Prêmio Capes de tese 2020.
Este post possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência. Fotografia quadrada e colorida. Na lateral esquerda o logo da Esmagis-MT. Na parte superior central o logo do Programa Magistratura e Sociedade e a foto do convidado, com o texto: Convidado: Juliano dos Santos.
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Lígia Saito
Assessoria de Comunicação
Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT)