Uma vizinha da jovem Emilly Bispo da Cruz, de 20 anos, que foi brutalmente assassinada com 14 facadas pelo ex-namorado Antônio Aluízio da Conceição Marciano, de 20 anos, no bairro Pedra 90, em Cuiabá, afirmou à Polícia Civil que a vítima era ameaçada constantemente pelo criminoso e recorria a ela para ser amparada. Isso porque a jovem não tinha familiares por perto, contando somente com o filho de 4 anos que estava com ela quando foi covardemente atacada na rua, na frente do garotinho.
Em seu depoimento prestado à Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a vizinha, que tem 20 anos e mora no mesmo conjunto de quitinetes no Pedra 90 em que Emilly morava, contou que em uma das vezes, ela acolheu a vítima deixando que dormisse em sua casa, por medo de Antônio Aluízio.
A vizinha, que também cuidava do filho de Emilly, afirmou que já tinha visto o agressor rondando o local por diversas vezes. Relatou ainda que durante conversas entre elas, a jovem contou que já tinha sido espancada pelo ex-namorado.
“Que a vítima contou que conheceu o suspeito em abril do ano passado, mas nunca chegou a contar a respeito das idas e vindas que teve com ele; QUE quando conheceu a vítima ela já não estava mais ficando com o suspeito e, no mês de janeiro do corrente ano, a vítima pediu para dormir na quitinete da depoente dizendo que estava com medo dele; QUE ela contou que certa vez o suspeito espancou ela, trancou ela dentro de casa porque viu mensagens do celular dela”, diz trecho do depoimento da vizinha.
Segundo ela, Emilly não registrou ocorrência por medo, uma vez que não tinha nenhum parente para acolhê-la, pois a mãe já havia morrido e o pai não era presente em sua vida. “Que a vítima também contou que vivia com medo, sempre trancava o portão da casa e da frente do terreno das quitinetes e era constantemente ameaçada de morte pelo suspeito; Que a vítima contou também que foi agredida fisicamente o ano passado enquanto estava na casa do suspeito e somente conseguiu sair da casa dele durante a madrugada; Que acredita que a vítima não registrou ocorrência, ela era sozinha, não tinha mãe (falecida), o pai não era presente, então ela não tinha ninguém que incentivasse a procurar os seus direitos”, consta em outra parte das declarações prestadas pela vizinha.
Ela ainda deu mais detalhes do terror que a vizinha vivenciava nas mãos do ex-namorado, que mandava mensagens de ameaça (inclusive por meio de Pix – transações bancárias) e dizia que não queria que ela namorasse outras pessoas. Antônio era extremamente ciumento e possessivo com Emily, sempre vasculhava mensagens no celular dela, mas ao mesmo tempo, ele dizia que não queria namorar com a vítima porque ela tinha filho e não queria assumir a responsabilidade, e que a intenção dele era continuar ficando com a vítima, mas sem ter algo sério.
“Que a vítima não queria mais ficar com o suspeito, porque ele agrediu ela por causa de mensagens que viu no celular dela e porque dizia que ia matar ela e o filho dela; Que o suspeito continuava insistindo, mandava mensagens de ameaça, mandava pix acompanhado de ameaça (ao mandar o pix é possível escrever algo no envio) e dizia que não queria que ela namorasse outras pessoas; Que a vítima contou que era agredida e ameaçada de morte porque o suspeito era muito ciumento, possessivo sempre que via mensagens no celular dela, mas ao mesmo tempo, ele dizia que não queria namorar com a vítima porque ela tinha filho e não queria assumir a responsabilidade; Que a intenção dele era continuar ficando com a vítima, mas sem ter algo sério”, traz o depoimento da vizinha.
Emilly era trabalhava em uma loja de roupas e costumava sair todos os dias, por volta das 06h45 para deixar o filho dela na escola na Rua 14 do Bairro Pedra 90 e costumava voltar para casa antes de ir para o serviço. Foi no trajeto a caminho da escola do filho que ela foi abordada pelo assassino. Ele chegou em uma moto que tinha pegado emprestado, rendeu a jovem no meio da rua e a esfaqueou ao lado do filho que chegou abraçar a mãe para que não fosse agredida. Toda a ação covarde e brutal foi registrada por uma câmera de segurança. As imagens são estarrecedoras e mostram a frieza e crueldade do assassino que foge em seguida deixando a vítima agonizando na calçada e o garotinho sentado ao lado da mãe esfaqueada.
Fonte: Folha Max