O delegado da Polícia Civil, Breno Houly, responsável pela investigação do brutal assassinato do garoto Davi Heitor Prates, de 5 anos, em Colíder (648 km de Cuiabá), acredita que o assassino confesso, José Edson Santana, de 33 anos, premeditou o crime. Além de ter agido com extrema frieza, o criminoso já estava com uma passagem comprada para o estado Pernambuco e acreditava que conseguiria levar a ex-esposa iria junto, mãe de Davi, pois sem o garoto, José acreditava que a mulher iria embora com ele.
A passagem, só de ida para foi marcada para o dia 28 de fevereiro. O cupom fiscal foi encontrado também próximo ao corpo de Davi em uma região de mata juntamente com uma carta na qual José Edson fazia algumas ameaças e justificava o motivo do crime.
O criminoso foi preso no último sábado (4), em Colíder, e confessou ter assassinado o ex-enteado asfixiado. A família procurava pelo menino desde sexta-feira (3), quando desapareceu. “Ele já estava com a passagem comprada, só de ida, dois três dias antes do homicídio, porque ele já pensava em cometer o crime e ir embora se esconder. Como ele é natural de Pernambuco, em uma zona rural, de uma comunidade, ele provavelmente iria ficar lá escondido por um bom tempo, para dificultar sua localização”, disse o delegado Breno Houly em entrevista coletiva nesta segunda-feira (6), poucas horas depois da localização do corpo de Davi.
Além disso, o delegado destacou a extrema frieza do assassino, que teria tentado despistar a Polícia Civil fingindo ajudar nas buscas. Ele também mentiu sobre o local onde havia desovado o corpo do garotpo. “O autor desse crime bárbaro era uma pessoa que estava dissimulando, ajudando nas buscas. Ele sabia que a criança estava morta e ficava ajudando a mãe nas buscas. No primeiro momento a mãe da vítima negava acreditar que ele poderia ser um suspeito, quando eu indaguei se tinha alguma inimizade ou rixa. Ela disse que não, que ele era bom companheiro, as crianças tinham confiança nele, e realmente tinham”, detalhou o delegado.
Breno acredita que José Edson matou a criança por vingança. “Ele, a princípio, fala que deu um ‘branco’. A princípio, conseguimos ver algumas informações que, na verdade, se trata de uma vingança, aparentemente porque o pai da criança tem um vínculo com a mãe e ele queria que ela fosse para o Pernambuco com ele, mas com os filhos não conseguiria romper esse vínculo aqui. Ele acreditaria que com o filho falecendo ela ficaria frágil e iria segui-lo”, disse o chefe da investigação.
Por fim, Breno informou que aguarda a conclusão dos laudos periciais que vão apontar a causa da morte. “Estava um pouco em estágio avançado de decomposição. Eu não consegui verificar se teve algum hematoma ou espancamento. Ele continua afirmando que foi por asfixia”, explicou o delegado.
Durante audiência de custódia, a juíza Giselda Regina Sobreira de Oliveira decretou a prisão preventiva do acusado. No entanto, populares revoltados com o crime, se manifestaram em frente a delegacia e ameaçavam invadir para capturar o assassino e praticar um linchamento. Por este motivo, o criminoso foi transferido para uma unidade prisional de Alta Floresta (804 km de Cuiabá) e depois recambiado para a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite (Ferrugem), em Sinop (500 km da Capital) para assegurar sua integridade física.
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Fonte: Folha Max