A família de Márcia Albuquerque, enfermeira que morreu às vésperas do aniversário nesta sexta-feira (3) após ser atropelada junto com a filha, busca por justiça depois que a autora do ocorrido foi identificada. O acidente ocorreu na quarta-feira (1º), na região do Coxipó da Ponte, em Cuiabá, quando Márcia e a filha trafegavam pela Avenida Fernando Corrêade de motocicleta para almoçar com a família, e a motorista – sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) – fugiu do local sem prestar socorro às vítimas.
A sobrinha dela, Taynara Albuquerque, de 26 anos, contou à TV Centro América que acompanhou ela desde que deu entrada no hospital e passou pela cirurgia de urgência porque o fígado havia sido todo perfurado. Contudo, Márcia teve uma parada cardíaca e não resistiu aos ferimentos.
“Ela está solta e minha tia está morta. Hoje, eu e meu primo enfrentamos uma situação que a gente não se via antes, que foi escolher o caixão dela, a roupa que ela vai usar. Foi horrível. Foi o pior momento da minha vida. Então, isso é revoltante saber que essa pessoa está solta. A gente vai velar ela no aniversário dela. É a pior coisa do mundo. A gente quer justiça”, disse.
Nesta sexta-feira (3), Taynara contou que teve tomar decisões difícieis. “Ela faleceu mesmo por conta da gravidade da imprudência e da falta de empatia desse ser que fez essa loucura toda. É uma situação muito difícil. Hoje é aniversário dela e ela não está aqui. Por conta de uma pessoa que agiu daquela forma. É muita indignação e a gente só quer justiça. Que essa pessoa seja punida. É o mínimo. Porque minha tia não vai voltar”, afirmou.
Segundo ela, Márcia trabalhou por 12 anos no Hospital Santa Rosa e oito anos no Hospital do Câncer. “Minha tia sempre foi uma enfermeira que cuidou de todos nós. Era muito querida”, contou.
Uma mulher, de 20 anos, que estava grávida, foi localizada pela Polícia Civil como sendo a motorista responsável por dirigir o carro que atropelou Márcia e a filha. Conforme a polícia, ela responderá por lesão corporal, fuga de local de crime, omissão de socorro e dirigir sem habilitação. Com o transcorrer do processo, a tipificação penal pode mudar de acordo com as provas.
A polícia informou que, durante interrogatório, a motorista confessou que se distraiu com o celular e que ficou muito nervosa com o acidente, por isso, fugiu do local sem prestar socorro às vítimas. Após ser ouvida, a mulher foi liberada.
Márcia seguia de motocicleta sentido centro da capital, pela Avenida Fernando Corrêa, com a filha menor de idade na garupa, quando um carro avançou sobre elas. Câmeras de segurança de um estabelecimento comercial registraram o momento do atropelamento. As duas vítimas foram encaminhadas para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) por pessoas que estavam no local, que ligaram para o Serviço Móvel de Urgência (Samu).
A menina recebeu alta médica no mesmo dia, mas Márcia teve uma laceração no fígado e ficou em estado grave, tendo que passar por uma cirurgia de urgência. Às vésperas do aniversário, Márcia não resistiu aos ferimentos. Ela completaria 53 anos.
Fonte: Folha Max