A fisioterapeuta e dona de uma clínica de estética de Cuiabá, Laura Cristina Lima, presa na Operação Impetus Tijucal da Polícia Civil nesta sexta-feira (13), já foi detida outras duas vezes por embriaguez ao volante. Em um dos episódios, a empresária chegou a se passar por policial para tentar não ir em cana. Nesta segunda fase da operação, a PJC cumpriu um mandado de buscas e apreensão e outro de prisão preventiva por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas na Capital.
No entanto, em consulta ao seu nome no site Poder Judiciário, a reportagem do FOLHAMAX encontrou outros dois inquéritos em que Laura foi presa por “crimes de trânsito”. A primeira detenção ocorreu no dia 31 de julho de 2021, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, no Bairro Sao Jose I, na Capital. Na ocasião, a empresária, que não possui CNH (Carteira Nacional de Trânsito), foi detida por embriaguez ao volante.
De acordo com o boletim de ocorrências elaborado pela Polícia Civil, uma viatura da Polícia Militar estava em patrulhamento pela região quando avistou o carro da fisioterapeuta, – na época um Jeep Compass de cor branca -, em alta velocidade, trafegando em zig-zag. Os policiais abordaram Laura e de imediato foi constatado a embriaguez. Um teste de bafômetro apontou o resultado de 1,02 mg/l e ela foi presa em flagrante pelo crime de embriaguez e por dirigir sem possuir CNH.
Já em 25 de junho de 2022, a empresária foi presa pela segunda vez por atropelar um motociclista enquanto dirigia também embriagada. Segundo consta no relato do policial militar que atendeu a ocorrência, no dia em questão, por volta de 3h, a mulher atropelou um motociclista na Avenida Dante Martins de Oliveira conhecida como Avenida dos Trabalhadores, em Cuiabá, e fugiu sem prestar socorro. Buscas foram feitas e a PM localizou a suspeita, que dirigia um Kia Sportage, de cor cinza. Foi dada a ordem de parada à Laura, mas ela ignorou e fugiu em alta velocidade, dando início a uma perseguição.
Ainda conforme o relato da PM, foi possível realizar a abordagem da empresária somente próximo à BR-364, em uma estrada vicinal, perto da sede do Cuiabá Esporte Clube. “A condutora desceu do veiculo com uma lata de cerveja na mão e falando ser policial, que foi solicitado identificação da mesma referente a informação passada pela mesma onde nada apresentou; QUE foi solicitado a condutora os documentos de porte obrigatório onde a mesma nada apresentou”, diz trecho do documento.
De acordo com depoimento de um dos militares, ela estava com sinais visíveis de embriaguez como, olhos avermelhados, odor etílico, falta de equilíbrio e com isso foi feito o teste do bafômetro que apresentou resultado 1,09mg/l, comprovando o crime de trânsito. “Que diante do acima narrado foi realizado a detenção da condutora, sendo a mesma encaminhada a central de flagrantes para as providências cabíveis que o caso requer, sem uso de algemas e com escoriação no joelho esquerdo, um hematoma na parte de trás da coxa direita a qual não sabe explicar a procedência de tais lesões; QUE o condutor da motocicleta do referido acidente fez-se presente na central de flagrantes, porém não apresenta nenhuma lesão, apenas reclama de dores pelo corpo”, diz outro trecho.
Por este crime, Laura se tornou alvo de um inquérito policial, que ainda segue em investigação pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran). Já a detenção de 2021 foi arquivada pelo Poder Judiciário.
Laura Lima e Marcus Vinicius – ambos presos na 2ª fase da Operação Impetus Tijucal
A primeira fase da operação Impetus Tijucal foi deflagrada em agosto de 2021 para cumprimento de 11 ordens judiciais, com objetivo inicial no enfrentamento ao tráfico de drogas na região, bem como para identificação de vínculos associativos entre os investigados. As diligências investigativas também tiveram lastro de inúmeras denúncias para a Polícia Civil.
Todo material arrecadado na primeira fase da operação e de denúncias foi analisado, sendo iniciadas novas investigações que revelaram a ligação entre os investigados e uma facção criminosa local, com estruturas de arrecadação dos valores auferidos com o tráfico de drogas e outros crimes na região da grande Tijucal. Durante os trabalhos, foram identificados 36 pontos de difusão de drogas.
Nesta segunda fase, foram expedidos 54 mandados judiciais, sendo 18 de prisão preventiva e 36 de busca e apreensão decretados pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Capital (NIPO), tendo como base investigações e representações feitas pela DRE.
Laura Lima foi alvo de um mandado de prisão e outro de busca e apreensão. A clínica dela, o Spa Diamond La Evidence Laura Lima Estétia Avançada, é suspeita de lavar dinheiro do dinheiro do tráfico de drogas. No estabelecimento, situado no bairro Jardim Petrópolis, os policiais encontraram R$ 9 mil em espécie, que foram apreendidos. Nas redes sociais, Laura esbanjava beleza e promovia o trabalho de sua clínica.
Outro alvo da operação é o barbeiro Marcus Vinicius Rohling, conhecido por MC, MDC ou Dom Vini. Ele foi identificado pela Polícia Civil como um dos principais líderes da organização criminosa. Marcus Vinicius foi alvo de mandado de prisão cumprido pelos investigadors da PJC. A barbearia dele, localizada no bairro Tijucal, também foi alvo de mandado de busca. O barbeiro é reincidente no crime. Em 2017, ele e mais três comparsas foram detidos e autuados por tráfico de drogas, receptação e associação para o tráfico.
Outro alvo do mandado de prisão é um suspeito conhecido como “advogado”. Ele foi detido pela Polícia Civil no município de Santo Antônio do Leverger (34 km de Cuiabá). Um chefe do tráfico identificado como Nilton Cesar Nunes Valões, também foi preso. “Zóio” como é conhecido foi preso com porções de drogas e celulares.
Fonte: Folha Max