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Mãe e filha que denunciaram PC lavavam dinheiro do tráfico em restaurante

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As empresárias Lilian Filomena da Silva, de 50 anos, e Larissa Rita da Silva Batista, de 24 – mãe e filha respectivamente – foram presas na manhã desta quarta-feira (7), na Operação Efialtes deflagrada pela Corregedoria da Polícia Civil. Elas seriam integrantes da quadrilha que violava os lacres de drogas que iriam ser incineradas, mas eram furtadas e trocadas por gesso, areia e isopor para posteriormente ser revendidas para traficantes. Contra elas pesa a acusação de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas num restaurante.

Na ação, foram presos também cinco policiais civis, identificados como Antonio Mamedes Pinto de Miranda, Ariovaldo Marques de Aguiar, Sérgio Amancio da Cruz, Luismar Castrillonn Ramos e Paulo Sérgio Alonso. Luismar já estava preso desde agosto deste ano e teve o novo mandado cumprido na penitenciária onde ele está encarcerado. Mamede, que é suplente de vereador por Cáceres, está foragido e informações dão conta de que ele não deverá ser apresentar espontaneamente e corre risco de ser expulso da Polícia Civil após 30 dias de fuga.

 A faxineira da delegacia de Cáceres, Maria Lúcia da Silva, e sua filha, Ariane da Silva Almeida. Elas seriam as auxiliares de policiais civis do Cisc (1ª DP) e da Delegacia de Fronteira (Defron) que desviavam drogas apreendidas na fronteira entre Mato Grosso e Bolívia. No total a operação cumpriu 39 mandados de prisão preventiva, 59 buscas e apreensões, quatro ordens de suspensão de atividades econômicas de empresas utilizadas para realizar a lavagem de dinheiro.

Todos são suspeitos de fazerem parte do esquema, que também utilizava empresas para lavar dinheiro. A Justiça também determinou o bloqueio de valores no valor de R$ 25 milhões, além do bloqueio de contas bancárias dos investigados. Em um ano, os doleiros, através de empresas e pessoas físicas, conseguiram lavar cerca de R$ 100 milhões da venda dessas drogas furtadas dos armazéns.

Lilian e Larissa foram quem denunciaram Luismar Castrillon, em agosto deste ano, por agiotagem, e ele acabou preso após ir atrás das empresárias no restaurante delas e nas residências. As duas teriam sido ameaças de morte e ofendidas pelo investigador, por causa de um suposto empréstimo de R$ 150 mil. Ocorre que a Polícia Civil descobriu durante as investigações, que na verdade, as mulheres faziam parte do esquema lavando o dinheiro, e que elas estavam sendo ameaçadas por não terem devolvido parte do dinheiro ilícito ao policial.

Ao passar pela audiência de custódia, o policial teve sua prisão convertida em preventiva para resguardar a segurança da vítima, já que ele tem acesso à arma de fogo e proferiu graves ameaças contra ela. O mandado de prisão, oriundo da Operação Efialtes foi cumprido já na penitenciária onde ele está encarcerado.

A operação

investigadores

 Os cinco policiais civis envolvidos no esquema criminoso

As investigações realizadas em inquérito instaurado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil iniciaram há, aproximadamente, oito meses, após o órgão corregedor receber a notificação de que durante a incineração de drogas realizada pela Delegacia Especializada da Fronteira (Defron), no dia 19 de abril deste ano, em Cáceres, foi constatada a violação de lacres das embalagens de perícia dos entorpecentes apreendidos. Em alguns envelopes houve a substituição de parte do material apreendido por outro diferente como, por exemplo, areia e gesso.

Na ocasião, foi determinada pela Corregedoria a correição extraordinária na sala da Defron, onde eram armazenadas as drogas apreendidas. Foi identificado um invólucro plástico violado com diversos tabletes que, ao serem manuseados e devido ao peso muito leve, constatou-se ser semelhante a isopor.

A equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e fez a análise de todos os lacres e embalagens armazenadas no local, assim como as embalagens violadas que foram constatadas durante a incineração. Com os laudos periciais concluídos, foi confirmada que a droga apreendida, lacrada e armazenada na Defron havia sido substituída pelos tabletes de isopor, gesso e areia.

A investigação apontou que o material usado para substituir as drogas foi feito com o claro objetivo de confundir, produzido com formato semelhante e com a mesma cor de embalagem. Por exemplo, se a droga acondicionada tinha sido embalada com material de cor amarela, o tablete usado para substituí-la também era feito da mesma forma.

Fonte: Folha Max

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