Um galpão em obras no bairro Jardim Primavera, em Várzea Grande, foi o cenário de um brutal assassinato, no qual um homem ainda não identificado foi morto por espancamento e teve a cabeça parcialmente esmagada durante linchamento num ato de vingança coletiva, na noite desta sexta-feira (2). Ele havia estuprado uma mulher, vizinha da construção onde ele estaria prestando serviços como ajudante de pedreiro, e foi “punido” por moradores das imediações. Imagens feitas no local mostram o cadáver com a cabeça bastante ensanguentada ao lado de tijolos, pedaços de concreto e vigas de madeira.
Além disso, um morador da região relata em um vídeo que o morto teria vindo de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e recebido a oportunidade para trabalhar no local, mas logo furtou um equipamento usado na obra. E não bastasse isso, na noite desta sexta-feira (2) entrou no imóvel para estuprar uma mulher.
“Ele não aproveitou a oportunidade que teve, entrou aqui e roubou a makita (serra elétrica), não contetou adentrou de novo aqui para abusar da mulher. Olha a situação que está aqui agora, a situação do cidadão”, diz o autor da gravação ao mostrar o morto com a cabeça toda ensanguentada. “Não adianta ajudar esse tipo de gente, veio de Campo Grande sem saber o histórico dele e quando vai assustar o cidadão é tarado”, relata o homem no vídeo. Assista ao final do texto:
A Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência por volta das 20 horas. A informação recebida apontava para um caso de estupro, tendo como vítima uma vizinha que mora ao lado do imóvel onde o tarado foi morto. Aos militares, a vítima relatou andou pelo local acompanhada de um filho e foi atacada por um dos pedreiros atuantes em duas obras de um galpão.
Ela relata que o agressor usou de força física e a estuprou, mas num determinado momento ela interrompeu a ação e usou uma faca e outros instrumentos que estavam no local para golpear o estuprador como forma de defesa. Em seguida, a vítima correu e recebeu ajuda de uma vizinha. A mulher apresentava ferimentos no braço direito e pescoço em decorrência da luta corporal com o estuprador.
A partir daquele momento, várias pessoas se aglomeraram no local e indignadas com o ataque partiram para a agressão coletiva contra o estuprador. Ele foi golpeado com tijolos, pedaços de concreto e viga de madeira, objetos que ficaram todos jogados ao lado do corpo ensanguentado. A vítima do estupro relata no documento policial que após ter sido ajudada por uma vizinha e várias pessoas terem se aglomerado, ela não viu mais nada, não sabendo dizer quais pessoas participaram do linchamento que resultou no homicídio. Segundo ela, o suspeito era conhecido de vista porque trabalhava na obra ao lado. Ele não portava qualquer documento de identificação.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte do criminoso sexual. Com isso, foram acionadas equipes da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e da Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para iniciarem os procedimentos periciais e investigativos na cena do crime.
A vítima do estupro relatou a existência de câmeras de segurança no galpão o que poderá ajudar nas investigações que serão conduzidas pela DHPP.
Fonte: Folha Max