As investigações da Polícia Federal no bojo da Operação Autoimune, deflagrada na última quinta-feira (17) para desarticular um esquema clandestino de importação e comercialização de medicamentos falsificados e de origem estrangeira, revelaram que estudantes de medicina são suspeitos de participarem do esquema. Os lotes dos remédios vinham da Argentina através de avião.
Na operação, foi preso em Cuiabá, o empresário Jorge Emanuel Regis dos Santos Madeira, apontado como líder do esquema e dono dono da empresa utilizada no esquema de venda de medicamentos falsificados. Trata-se de uma clínica de estética da esposa dele, usada para operar o esquema de venda ilegal de remédios.
De acordo com informações do programa SBT Comunidade, do SBT Cuiabá, estudantes brasileiros de medicina que moram no Paraguai também estão envolvidos no esquema. De acordo com a PF, os envolvidos no esquema movimentaram R$ 4 milhões num período de 10 meses.
Ainda de acordo com a emissora de televisão, os produtos ilícitos vinham da Argentina e ficavam em um depósito aqui em Cuiabá onde eram separados para outros estados do país.
A PF conseguiu identificar 16 estados brasileiros e o DF onde havia a comercialização dos medicamentos clandestinos. Clínicas, hospitais particulares e até órgãos públicos são investigados por participarem do esquema.
Para o delegado Jorge Vinicius Gobira Nunes, responsável pelo caso a descoberta da quadrilha evitou que danos extremos viessem acontecer na saúde brasileira. “Pode-se dizer que o esquema criminoso promoveu ali a pulverização da chegada desses medicamentos em vários pontos inclusive entidades de saúde e hospitais. Esse esquema de saúde se valeu disso e valeu da escassez de alguns produtos como, por exemplo, a imunoglobulina cuja comercialização é controlada e que também eram falsas as substâncias que eram comercializadas, então os danos que poderiam advir com distribuição desses medicamentos é muito grave e podem ser até irreversíveis”, revela.
Foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão e 01 mandado de prisão preventiva para cumprimento nos estados Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santos.
Em Mato Grosso, as ordens judiciais foram cumpridas em Cuiabá e Campo Verde. Na capital a PF prendeu o líder do esquema, o empresário Jorge Emanuel Madeira, que usava a clínica de estética da esposa como fachada para a prática dos crimes de venda de medicamentos falsificados.
Se for condenado, ele poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão. As investigações continuam em andamento por parte da Polícia Federal que buscará identificar outros integrantes do esquema.
NOTA DA DEFESA:
A defesa de Jorge Emanuel entende que não houve a prática dos atos ilícitos descritos após a primeira fase da operação.
Após o dia 02/08, o Sr. Jorge Emanuel realizou somente a venda de medicamentos de origem nacional, com a devida emissão das notas fiscais competentes. As notas fiscais já foram juntas ao processo.
Quanto à situação de regularização empresa junto à vigilância sanitária e Anvisa, foi juntado ao processo os documentos que comprovam que no dia 19/09 foi dado início ao processo de regularização diante dos órgãos competentes.
Diante disso, a defesa acredita que Jorge deverá ser colocado em liberdade, pois vem adotando uma postura colaborativa com a justiça desde a primeira fase e não praticou desde então qualquer ato ilícito.
Ressaltamos, ainda, que a esposa do Jorge Emanuel não é investigada nos autos, sendo totalmente falaciosa a afirmação que esta teria qualquer tipo de participação nos atos descritos no bojo da operação.
Fonte: Folha Max