A gestante Bruna Felski, de 26 anos, afirmou em depoimento prestado à Polícia Civil que, após matar Genuir de Barros e Marcelo de Barros, respectivamente, pai e filho da suposta amante de seu marido – identificada até o momento como Marciele -, jogou a armada usada no crime em um rio, enquanto fugia. O crime aconteceu no último sábado (22), em Terra Nova do Norte (663 km de Cuiabá).
Bruna estava foragida desde o crime, mas se apresentou à Polícia Civil, na tarde de ontem (24), onde foi ouvida pelo delegado José Getúlio Daniel, e liberada em seguida.
Em depoimento, ao qual o FOLHAMAX teve acesso, Bruna alegou que estava “cega e desesperada” quando atirou e matou as vítimas. No dia do crime, a gestante relatou que por volta de 13h20 pediu dinheiro ao marido João Rodrigo Custódio, de 55 anos, para fazer a sobrancelha e tomar uma injeção.
“Rodrigo falou para a interroganda pegar dinheiro em sua caminhonete; neste momento verificou que no console da caminhonete, entre os bancos, havia uma nota de R$ 200, e verificou que a arma de fogo de Rodrigo estava ali guardada”, disse em depoimento.
Em seguida, Bruna relata que saiu com a mãe na caminhonete e que a casa da suposta amante fica cerca de 600 metros da sua, e que para ter acesso à cidade precisava passar pela frente, quando decidiu parar e conversar com o pai dela, Genuir de Barros. “Ao chegar no local, foi recebida pelo pai de Marciele; que se apresentou como esposa de Rodrigo; que o senhor disse saber quem era o esposo da interrogada; que então a interrogada relatou ao pai de Marciele sobre o caso de sua filha e seu esposo; que o pai de Marciele chamou sua esposa, que já chegou gritando, alterada; que Maria Talita xingava a interrogada de vários palavrões, como vagabunda”, conta.
Neste momento, a mulher conta que o marido chegou ao local e tentou colocá-la no carro, mas que quando estava indo em direção ao veículo viu que o irmão da suposta amante estava indo “para cima” de sua mãe. “Que xingava muito, chegou a bater a porta do carro na mãe da interrogada; Que o irmão de Marciele estava muito alterado; Que deu um soco no rosto da interrogada, a jogou ao chão”, revela.
Bruna relata que estava assustada e que Marcelo tentou em determinado momento agredir o seu pai e que neste momento lembrou da arma na caminhonete do marido. “A interrogada assustada pegou a arma para defender o pai, pois a vítima estava tentando agredi-lo; que atirou contra a vitíma (irmão de Marciele) quando ele corria atrás do pai da interrogada (que neste momento o pai da interrogada estava com o facão na mão); que disparou sem direção certa; que anteriormente já tinha dado dois disparos de arma de fogo, quando Rodrigo lhe ensinou a manusear e disparar; quando atirou na primeira vitima o pai dele veio na direção da interrogada que com medo, atirou para se defender, defender sua familia; que atirou de frente na segunda vitima quando ele corria na sua direção; que após os disparos a arma caiu no chão”, afirma.
A suspeita ainda contou que em seguida Marciele passou a agredi-la, que veio a cair no chão e puxou seus cabelos. “A mãe de Marciele estava com um pedaço de madeira pronta para bater na mãe da interrogada; que apenas lembra neste momento de Marciele sobre a interrogando e sua mãe tentando tirar a mesma; que seu pai para conter Marciele bateu com o facão de prancha em sua bunda; que Marciele ainda tentou agredir a mãe da interrogada”, disse a mulher.
Ainda conforme o depoimento, a gestante relatou que enquanto fugia, descarregou a arma, tirou o pente, e enquanto seguia em direção a Colíder jogou “no primeiro rio que encontrou no caminho”. “Que a interrogada estava cega, desesperada; que após o ocorrido retornaram para Colíder e no dia seguinte a interrogada saiu de casa para sua segurança”, diz o documento.
No interrogatório, Bruna comunicou que Rodrigo sempre andou armado, porém não tem porte. O delegado José Getúlio Daniel, que está à frente das investigações do duplo homicídio, informou que ainda deve ouvir mais duas testemunhas nesta terça-feira (25) e somente quando fechar as oitivas deve apresentar uma conclusão de inquérito, se pronunciando se irá pedir pela prisão preventiva da suspeita.
Fonte: Folha Max