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Vigilante e amiga responderão por homicídio e embriaguez ao volante

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O delegado da Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran), Cristian Cabral, concluiu e encaminhou ao Ministério Público, o inquérito sobre o atropelamento e a morte de Frederico Albuquerque Siqueira Correa da Costa, de 21 anos, no dia 2 de setembro, na Avenida Beira Rio, no Bairro Grande Terceiro, em Cuiabá.

Danieli Corrêa da Silva, que dirigia o carro, foi indiciada por homicídio doloso, omissão de socorro, fuga do local e direção embriagada, agravada pela falta de habilitação. Já Diogo Pereira Fortes, proprietário do veículo, também deve responder por homicídio doloso, omissão de socorro, fuga do local, dirigir embriagado, além de confiar a direção do veículo a pessoa sem habilitação.

“Mesmo ciente de sua inabilitação para conduzir veículos, dos prejuízos causados a sua capacidade psicomotora em razão do anterior consumo de bebida de alto teor alcoólico (gin), que registra teor alcóolico de 47,3%, não apenas consentiu em assumir a direção do veículo lhe confiado, como imprimiu excessiva velocidade a este, equivalente a quase 50% da máxima permitida para o local, e decidiu trafegar na faixa de baixa velocidade da via, em trecho que tinha conhecimento e visibilidade de possuir aglomeração de pessoas”, diz o inquérito sobre Danieli.

O inquérito aponta também que duas pessoas ficaram feridas no acidente e que, durante os depoimentos, os envolvidos “ambos não só não demonstraram quaisquer indícios de arrependimento, como nada fizeram para minorar as consequências de seus atos, empreendendo, em comum acordo, fuga do local dos fatos”, aponta o documento.

O g1 não conseguiu contato com os advogados que representam os indiciados até a última atualização desta reportagem.

O caso

Frederico Albuquerque Siqueira Correa da Costa, de 21 anos, foi atropelado na Avenida Beira Rio, no Bairro Grande Terceiro, em Cuiabá, por volta da 1h40 do dia 2 se setembro. O jovem não resistiu e morreu.

Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Judiciária Civil, a vítima estava na rua, ao lado de um veículo estacionado, quando foi atingida por um veículo branco que passou pela avenida. O motorista fugiu sem prestar socorro.

Frederico estava em uma distribuidora de bebidas e o atropelamento foi registrado pelas câmeras de seguranças.

Consta no registro policial que, depois do acidente, a Polícia Civil foi acionada por telefone pelo dono do carro. Ele disse que emprestou o veículo para uma amiga, que o devolveu “todo amassado”, e queria saber se havia envolvimento em algum acidente.

“Após isso, o Centro Integrado de Segurança Pública (Ciosp) recebeu uma outra ligação informando que na Rua Teles Pires, no Bairro Dom Aquino, próximo à Avenida Miguel Sutil, estaria no meio da rua, um para-choque branco com uma placa. Esta equipe se deslocou até o endereço informado e recolheu o para-choque juntamente com a placa”, informa o boletim de ocorrência.

O número da placa era o mesmo informado pelo proprietário do veículo. Depois disso, ainda conforme o boletim de ocorrência, a polícia não conseguiu contato com ele e não o localizou no endereço ligado à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) dele.

Investigações

No dia 5 de setembro, o funcionário público Diogo Pereira Fortes, dono do carro, se apresentou à Polícia Civil. Segundo o delegado, ele afirmou que estava no banco do passageiro no momento do acidente e quem dirigia o veículo era uma amiga.

Ainda conforme o delegado, o servidor público e a amiga estavam em uma lanchonete e, na hora de ir embora, ela disse que iria dirigir e pegou o veículo. “Ele diz que não emprestou o carro, que a pessoa pegou sem autorização dele”, informou.

A defesa acrescentou ainda que o servidor sentiu o impacto no momento do acidente, mas acreditou que haviam atingido um dos carros que estavam estacionados na avenida.

“Contudo, com receio de parar à 1h30 em uma distribuidora onde estavam muitas pessoas alcoolizadas, ficaram com receio e foram pra casa. Ele a levou para casa e fez 12 ou 13 ligações para o Ciosp. Então, houve o interesse em saber se foi algo com alguém. Na hora da batida não foi possível identificar”, disse a defesa.

O advogado afirmou que, às 2h, quando o servidor público deixou a amiga em casa, percebeu que algo grave havia acontecido, já que o carro estava com o para-brisa e um vidro lateral quebrados. Foi quando Diogo teria ligado ao Ciosp.

No outro dia, o servidor teria ido até a distribuidora para saber o que tinha acontecido e foi informado sobre o acidente.

Responsável pelo atropelamento

Danieli Corrêa da Silva, 24, suspeita de atropelar e matar o estudante Frederico, se apresentou à polícia dias depois e disse que conduziu o carro porque o dono do veículo havia bebido e não tinha condições de dirigir. Ela confirmou que não tem Carteira Nacional de Habilitação, mas disse ter experiência em dirigir.

“Após o acidente, ele assumiu o comando do volante, levou ela para casa e, depois, voltou para o trabalho”, disse o delegado.

“Ela disse que não conseguiu ver, que achou que tinha batido em uma caminhonete e, por isso, foi embora”, acrescentou o delegado.

Fonte: Folha Max

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