Testemunhas da tentativa de homicídio sofrida por Luís André Silva Saraiva, 33, na noite do último domingo (2), acusam as autoridades de tentarem esconder a motivação do crime, que, segundo a própria vítima, foi em decorrência de uma discussão sobre política. O rapaz está internado no Hospital Regional de Sinop (500 km ao Norte).
Luís André, que é eleitor do ex-presidente Lula, foi esfaqueado pelo amigo bolsonarista Lucas Pereira da Silva Santos dentro da quitinete que morava. Eles haviam feito uma aposta envolvendo os presidenciáveis e Lucas, ao perder o acordo, tentou matar o colega.
Segundo informações de uma fonte que preferiu não se identificar, a polícia tem se empenhado em distorcer a real motivação do atentado contra Luís, a fim de abafar o caso e ocultar que a tentativa de homicídio foi desencadeada por uma discussão política.
Contudo, consta no boletim de ocorrência registrado no 11º Batalhão da PM de Sinop que André Luís confessou a uma testemunha, que o seu ex-colega de quarto o atacou por “desavença política”.
Ainda segundo a fonte, a polícia teria ido até o hospital e coagido a vítima a mudar a sua versão sobre o fato ocorrido domingo à noite, ou seja, forçado Luís a dizer que o crime não tem motivação política.
O delegado Hugo Angelo Rech de Mendonça, responsável pela investigação, convocou uma entrevista coletiva na última terça (4) e confessou aos jornalistas que uma equipe de investigação conversou com o homem no hospital.
“[O Luís] ainda não explicou a motivação dessa agressão por parte do suspeito, mas afirmou que não tem nenhum cunho político”, disse. O delegado ainda chamou de “fake news” as informações já veiculadas sobre o episódio e reiterou que o crime não foi político.
Luís foi atingido com 7 facadas e os golpes o atingiram no abdômen e no tórax. O suspeito do crime está foragido e o caso é investigado pela Polícia Civil.
Em nota, o diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) de Sinop repudiou a tentativa de homicídio e disse que esse é mais um acontecimento que se soma às demais violências ocorridas no restante do país. “Não é uma violência contra um cidadão apenas, é um atentado contra democracia”.
O deputado Valdir Barranco, presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, se manifestou nesta quinta-feira (6) em suas redes sociais e disse que “o crime bárbaro foi sim cometido por motivação política”.
Ainda no seu pronunciamento, o parlamentar pediu providências ao governador Mauro Mendes (União); ao Secretário Estadual de Segurança Pública, Alexandre Bustamante; ao delegado geral da Polícia Judiciária Civil, Mário Demerval; e ao Procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges.
Fonte: Folha Max