A bióloga Rafaela Screnci, que conduzia o Renault Duster Oroch que matou os jovens Ramon Alcides Viveiros e Myllena de Lacerda Inocêncio, e deixou a estudante Hya Girotto ferida, disse em audiência de custódia que não estava completamente embriagada quando atropelou as vítimas em frente à Valley Pub, no dia 23 de dezembro de 2018, em Cuiabá.
Questionada pela promotoria sobre o estado de sua embriaguez, Rafaela foi categórica: “Completamente embriagada eu não estava”, disse. Ainda em seu depoimento, a professora contou que algumas pessoas a sugeriram que fugisse, porém ela respondeu que não deixava as pessoas na mão.
A ré foi a última pessoa a ser ouvida na última segunda-feira (4) na segunda audiência realizada sobre o caso que completa 3 anos e 7 meses no próximo dia 23. O gerente do Malcom à época e dois amigos que Rafaella deu carona na noite anterior ao acidente também responderam às perguntas dos juízes, advogados de defesa e assistentes de acusação.
Rafaela disse ainda que em momento algum teve intenção de fugir do local, mesmo sob ameaças de linchamento. Ela contou que se negou a fazer o teste do bafômetro porque seria constatado que ela teria ingerido bebida alcoólica.
Chegada no Malcom
Izanielson Gomes, gerente do Malcolm à época, disse que a professora chegou bêbada na casa de festas e pediu para que um segurança a acompanhasse em virtude do estado que a mulher se encontrava. “Ela era cliente, sabia que nunca foi disso”, disse.
Segundo o gerente, ele não lembra que horas a mulher chegou no Malcom, mas era entre 1h e 1h30 quando ele passou a monitorá-la. “Ela estava com uma galera, não me recordo quem, se era parente, amigo…”
Izanielson deu duas águas tônicas à professora, tomou as chaves do veículo e só devolveu “por volta de 5 e pouco”. Ele completa e diz que “foi uma ‘arrancadona’”, sobre a saída da mulher do estabelecimento.
Churrasco na casa de um amigo
No sábado, um dia antes do acidente, Rafaella esteve em um churrasco de despedida na casa de um amigo. Porém, ela só foi ao local para dar carona a Gerônimo Bazerque e Luiz Armando até o Malcom.
Eles depuseram antes da bióloga na audiência e afirmaram que a professora estava em condições de dirigir quando saíram da confraternização para o Malcom. Disseram ainda que não se recordam do horário exato que saíram para o Malcom. “Era noite, umas 22h por aí”, disse Luiz Armando.
Fonte: Folha Max