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Grupo protesta por morte de morador de rua em Cuiabá

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Robson Neves Nadine, de 42 anos, foi assassinado nesse domingo (26), em Cuiabá. Ele vivia em situação de rua há mais de 20 anos e usava muletas para andar porque tinha sofrido maus-tratos por ser andarilho, segundo contou ao g1 a coordenadora municipal do Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), Rúbia Cristina.

Nesta terça-feira (28), alguns manifestantes do MNPR se reuniram em frente ao lugar onde Robson dormia, em frente a entrada de um beco no centro da capital.

Eles cobraram por justiça e pediram atenção das autoridades para o cenário de omissão e descaso que enfrentam todos os dias.

Segundo a Polícia Civil, um carro teria parado na lateral da avenida Tenente Coronel Duarte e atirado contra Robson, que caiu no canteiro da avenida e morreu no local. O crime ocorreu por volta das 3h15 da madrugada desse domingo (26).

A polícia encontrou marcas de sangue pelo asfalto até o canteiro onde o corpo dele foi encontrado.

De acordo com a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), a causa da morte foi por um choque hipovolêmico, sendo uma hemorragia provocada por uma perfuração de disparo de arma de fogo.

Robson usava uma blusa preta, calça e usava muletas. Ele não tinha qualquer documento pessoal. A Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) investiga o crime.

Quem era Robson?

Há mais de 20 anos nas ruas, Robson perdeu os dois irmãos que também viviam na mesma condição insalubre à margem da sociedade. Ele era cuiabano e foi parar nessa situação por causa de problemas familiares, segundo Rúbia.

Apesar das dificuldades socioecônomicas, ele não deixava de sonhar por algo melhor. “O sonho dele era conseguir sair das drogas e ter uma família. Ter filhos e um trabalho”, disse.

Segundo Rúbia, ele também tinha um talento nato para a dança e o universo cultural. Porém, nunca teve a chance de deixar fluir essa vontade.

“Ele era muito inteligente. Era também um dançarino. Ele dançava todo tipo de música e o maior sonho dele era ter uma casa, como qualquer morador de rua. Chega de papelão”, afirmou.

Pessoas em situação de rua

Na capital, os dados oficiais da Secretaria de Assistência Social apontam para 96 pessoas em situação de rua, em 2021. Um novo mapeamento tem sido feito pela pasta e deve ser divulgado nos próximos dias.

Contudo, os registros da Vigilância Socioassistencial, divulgados no ano passado, mostram que há 563 pessoas vivendo nestas condições na capital.

O levantamento leva em conta apenas aqueles inscritos no programa do governo Cadastro Único, o que, provavelmente, abre margem para a subnotificação.

Fonte: Folha Max

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