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VG registra uma morte a cada seis dias em acidentes graves

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Uma morte é registrada a cada 6 dias no trânsito de Várzea Grande. De janeiro até a primeira quinzena de maio, 21 pessoas já perderam a vida em acidentes. O número, até o momento, representa 40% do total de mortes de 2021, quando houve 48 vítimas fatais no trânsito. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública apontam que apenas nos 3 primeiros meses deste ano foram contabilizadas vítimas em 93% dos acidentes registros e a maioria (86%) sofreu lesões leves ou graves, mas que não terminaram em mortes. Dos 223 acidentes com vítimas na cidade, 193 acabaram precisando de atendimento médico.   

No mês escolhido para chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito, o que ganha destaque é a falta de equipamentos voltados para a melhoria das condições de segurança viária e a falta de consciência de motoristas. Sem nenhum radar ou lombada eletrônica, que poderiam contribuir para diminuir as estatísticas, as vias com maiores registros e que são também as de maior movimento, avenidas da FEB, Filinto Müller, Júlio Campos, Couto Magalhães, Mário Andreazza e Murilo Domingos (antiga 31 de Março) são apontadas como “corredores da morte”.   

Na FEB, que há anos vem é palco de vários acidentes, inclusive fatais, partes dos problemas é atribuída às obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ao longo de toda sua extensão, por onde passam mais de 20 mil veículos por dia. Só no ano passado foram 89 acidentes nesta via, sem contar os que terminaram com vítimas fatais. Edglei Silva, 57, tem uma empresa na avenida há cerca de 6 meses e afirma que já perdeu as contas do número de acidentes que viu. “Aqui todos os dias tem um acidente. Não há estrutura e segurança, mas falta também mais cuidado dos motoristas”.     

Ivan Costa, 67, mora próximo à avenida e afirma que as “sobras” da Copa tornaram a via ainda mais “mortífera”. “A gente sabe que acidentes sempre tem, seja por imprudência ou imperícia. Mas sabemos também que esse elefante branco aí só colabora com o aumento dos acidentes e mortes”.   

Na Filinto Müller já existem alguns pontos com semáforos na tentativa de controlar o trânsito, mas nem isso é suficiente para evitar as ocorrências. Em abril, um acidente que terminou com a morte de um motorista de aplicativo e uma passageira ocorreu poucos metros depois dele. 

Manoel Almeida, 45, tem uma empresa próximo ao local e lembra que além das melhorias no trânsito há necessidade de mais consciência dos motoristas. “A gente sabe que para toda solução que apontam, vem um problema em seguida. Isso porque as ações de quem dirige ou pilota também precisam mudar”.   

Obras são desculpa, enfatiza especialista

“É absurdo o que acontece na FEB e outras avenidas de Várzea Grande. A gente se pergunta quantas pessoas mais devem morrer para que algo seja feito”. A afirmação é do professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e doutor em Engenharia de Trânsito, Luiz Miguel de Miranda, que lembra que a segurança da população deve ser garantida independente, por exemplo, das obras do VLT que na FEB são usadas como “desculpa”.     

Miranda explica que a situação das vias em Várzea Grande requer atenção e o poder público precisa pensar em um trânsito seguro, moderno e eficiente para todos. Ele lembra que faixas de pedestres sem botoeiras não funcionam para vias de fluxo intenso, pois podem causar mais acidentes. Os radares móveis, que também já foram usados, não são ideais, especialmente para vias de grande movimento. Já o radar fixo é uma solução na qual ficou comprovada a redução de acidentes, mas o professor lembra que o que há de mais moderno no sistema são as lombadas eletrônicas que, além de cumprirem com o papel de redutor de velocidade, ainda cumprem com o papel de faixa para pedestres.   

Outro ponto lembrado por ele é a educação no trânsito que também precisa de mais investimentos. Ressalta que assim como existem motoristas que não respeitam as faixas, fazem retornos improvisados, manobras ilegais, cruzamentos irregulares para “encurtar” o caminho, existem aqueles pedestres que, mesmo estando a 100 metros de uma faixa, não a utilizam. “É necessário que cada um desenvolva bem seu papel, tanto os poderes, quanto os motoristas, motoqueiros, pedestres e ciclistas”.

Fonte: Folha Max

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